Infraestrutura
Escolas e hospitais devem ter prioridade
Segundo o Censo 2010 do IBGE, não há passeios em frente de 33% dos domicílios de Curitiba. "Além disso, as calçadas da cidade são popularmente conhecidas por serem ruins e com um sistema de iluminação não muito apropriado para pedestres. Por isso, era essencial que fossem revitalizadas e acompanhadas de nova iluminação e mobiliário urbano, principalmente em pontos estratégicos como hospitais, escolas e terminais", observa Carlos Hardt, professor de arquitetura e urbanismo da PUCPR e especialista em gestão urbana. Segundo ele, é bastante adequado replicar nos bairros intervenções bem sucedidas, como o calçadão para pedestres da Rua XV, nas regionais, pois isso cria alternativas para a população que não vive no Centro. O fato de a escolha final das ruas a serem calçadas entre três possibilidades oferecidas pelo município recair sobre a população também agrada o especialista. Mas ele alerta que o edital precisa ser muito bem formulado para garantir os benefícios que se espera.
A prefeitura lançou oficialmente ontem, na sede do Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano de Curitiba (Ippuc), o Plano Estratégico de Calçadas, com a promessa de recuperar um item de mobilidade urbana que nem sempre recebe atenção devida do poder público. "O objetivo do plano é incentivar outras opções de mobilidade, além do carro, e melhorar a acessibilidade da população a pontos estratégicos, como escolas, hospitais e Ruas da Cidadania", disse o prefeito Gustavo Fruet.
Entre as principais frentes de ação do projeto estão: a construção de 115 km de calçadas; a revitalização de outros 150 km (dos quais 31 km já foram feitos, incluindo as calçadas históricas de petit-pavé); a implantação de calçadões em cada uma das nove regionais da cidade (incluindo a futura regional do Tatuquara), nos modelos do calçadão da Rua XV; a revisão da legislação municipal sobre as calçadas; e o começo da regularização fundiária.
Desde 2013, o Ippuc formou uma equipe multidisciplinar em conjunto com 12 órgãos municipais para pensar o novo modelo de passeios. Segundo Sérgio Pires, presidente do Ippuc, o plano receberá investimentos de R$ 225 milhões, oriundos da soma dos gastos com calçadas em sete projetos do Plano de Mobilidade de Curitiba, entre eles o do Anel Viário, por exemplo.
Mudança
De acordo com o arquiteto Edival Vilar de Araujo Júnior, coordenador do plano de calçadas, os novos passeios e os que serão revitalizados seguirão os moldes dos que foram implantados na Avenida Getúlio Vargas. "Elas [calçadas] primam pelo reaproveitamento de materiais. Se tivéssemos utilizado um pavimento novo, o gasto teria sido cinco vezes maior", explica. O piso original, tipo "lousa", foi reaproveitado e uma faixa de Concreto Betuminoso Usinado a Quente foi implantada, que será compartilhada entre ciclistas e pedestres. A grande mudança é o espaço contínuo da calçada com acesso livre e antiderrapante, que facilitará a circulação de cadeiras de roda e de carrinhos de bebê.
Outra diretriz do plano é a ligação de diversas localidades de serviços essenciais à população por meio de rotas calçadas. Todos esses pontos virão acompanhados de nova iluminação e mobiliários urbanos.
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