Curitiba lança terça-feira, diante de prefeitos dos cinco continentes presentes à reunião Cidades e Biodiversidade (50 foram convidados e 20 já estão confirmados), seu projeto mais ambicioso em termos de preservação da biodiversidade urbana: o Biocidade. O objetivo do programa é reduzir as perdas da biodiversidade no ambiente da cidade e promover a conservação ambiental, envolvendo todas as atividades da prefeitura. "O Biocidade é um conceito permeado em todas as ações desenvolvidas e permite que elas tenham cunho ambiental", diz o secretário municipal do Meio Ambiente, José Antônio Andreguetto.
Ao olhar as últimas ações desenvolvidas, segundo o secretário, os curitibanos podem perceber como esse conceito pode ser incorporado à prática. Os exemplos seriam o Projeto Linha Verde, cujo paisagismo será feito com espécies nativas e os ônibus serão movidos a biocombustível; o projeto Viva o Barigüi, que irá recuperar a bacia do rio e conservar a paisagem; e a relocação dos moradores de áreas de ocupação irregular.
A grande aposta do Biocidade, no entanto, é envolver a população. "Toda idéia começou em cima da necessidade de incluir a população para que participe com ações simples da preservação local", diz o secretário. Após meses matutando qual seria a forma de engajar os curitibanos, chegou-se a uma solução simples, mas que pretende ser a grande aposta da prefeitura: a disseminação de plantas nativas com potencial ornamental. A idéia é fazer com que a planta nativa da região, normalmente nem tão vistosa, comece a chamar a atenção da população para cultivá-la.
"Os objetivos são preservar o patrimônio genético, o patrimônio cultural e valorizar a flora nativa. A planta nativa tem uma finalidade mais nobre que simplesmente a beleza", afirma Francisca Juçara Ribeiro do Vale, coordenadora de planejamento da secretaria. As ações para valorizar essas plantas muitas que ainda são conhecidas apenas pelo nome científico é a criação do Jardim de Plantas Nativas, de 600 metros quadrados, com 80 plantas nativas, no Jardim Botânico, e, no futuro, arborizar ruas, parques e praças com essas espécies.
Para disponibilizar plantas nativas ornamentais à população, um trabalho de pesquisa precisa ser feito e o Jardim Botânico surge como o centro do projeto. A equipe de biólogos do parque foi a campo procurar as espécies de plantas que poderiam se adaptar bem às condições climáticas de Curitiba para serem reproduzidas em grande escala.
O trabalho de levantamento das espécies teve início em agosto e, meses depois, a equipe estava a campo coletando as espécies, principalmente nos Campos Gerais. Os biólogos contam que na cidade de Piên, na região metropolitana de Curitiba, foram encontradas cinco espécies endêmicas em uma pedreira e algumas mudas foram trazidas à capital. "A área é particular e, se for mexida, as únicas plantas que podem se propagar são estas que estão aqui", conta a bióloga Clarisse Poliquesi.
Cerca de 200 espécies já foram coletadas pela equipe e abrigadas na estufa de pesquisa, no Jardim Botânico, a ser inaugurada também no dia 27, mas aberta somente a visitas orientadas. "A idéia surgiu do trabalho que o Botânico já realiza, mas que a gente não contribui lá fora para manter essas espécies", afirma o secretário. Ele espera que as pessoas vejam as espécies nativas e tenham vontade de cultivá-las em casa. Outra cartada é a oferta de cursos para conhecer a flora e de jardinagem para envolver a população. Até julho, as turmas estão lotadas.
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