Atendimento
Dirigentes hospitalares dizem já operar no limite
De acordo com a Federação dos Hospitais do Paraná (Fehospar), ainda é preciso definir os incentivos ou pagamentos que vão garantir a contratualização do 160 leitos especificados pela prefeitura. A entidade ponderou que as instituições estão operando no limite e que há dificuldades para fazer a ampliação.
Esforço
O presidente do Conselho Municipal de Saúde (CMS), Luiz Carlos Pinheiro, disse que concorda com a necessidade de mais discussões, mas que é fundamental que elas sejam feitas rapidamente. "É uma discussão emergencial. A cada semana, temos 25 pacientes entubados, que não podem ficar nas UPAs. A ideia era de que a UPA servisse apenas como passagem, mas o que ocorre é que as pessoas ficam lá três dias, às vezes até uma semana", relatou. Segundo ele, esse tipo de situação aumenta o risco de infecções.
Pinheiro disse que o conselho reconhece as iniciativas do poder público, mas pede por mais recursos de todas as esferas governamentais. "O governo estadual precisa ajudar, pois a rede de Curitiba absorve muitos pacientes da região metropolitana. E sem dinheiro do governo federal, o Hospital de Clínicas, por exemplo, não tem condições de contratar pessoal para fazer o atendimento pleno."
Expansão
Ampliação da oferta hospitalar vai ocorrer só a partir de 2015
Novos hospitais vão garantir a ampliação da oferta dos serviços de saúde em Curitiba e região metropolitana, mas somente a partir de 2015. Neste ano deve ser inaugurado o Hospital Espírita Dr. Bezerra de Menezes, com 250 leitos destinados ao atendimento do Sistema Único de Saúde (SUS). A instituição filantrópica, de um grupo privado, ficará em um terreno no bairro Jardim das Américas, antigamente ocupado pelo Hospital São Carlos.
Em 2016, deve entrar em operação o Hospital da Zona Norte, no bairro Santa Cândida, também com 250 leitos, a um custo de R$ 30 milhões. O investimento será feito em conjunto pela prefeitura, governo do estado e Ministério da Saúde.
Falta de pessoal
Curitiba tem hoje 873 leitos clínicos e mil leitos cirúrgicos listados no Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde (CNES) para atender pacientes do SUS, mas nem todos estão em funcionamento. No Hospital de Clínicas (HC), por exemplo, dos 548 leitos cadastrados, aproximadamente 70 estão desativados por falta de pessoal, segundo a assessoria de imprensa da instituição.
O HC informou ainda que o governo federal não sinalizou a realização de concurso público para novas contratações, e que apenas os profissionais que se aposentam estão sendo substituídos.
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Como ampliar o número de vagas nos hospitais do SUS com a mesma estrutura disponível hoje na capital?
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Por causa do aumento da demanda nas Unidades de Pronto Atendimento (UPA), a prefeitura de Curitiba propôs ampliar o número de leitos destinados a pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS) nos hospitais que compõem a rede de urgência e emergência da capital. A intenção é garantir a reserva de 20 leitos para cada uma das oito UPAs (os antigos Centros Municipais de Urgência Médica) existentes a partir de outubro, quando é feita a renovação dos contratos com os hospitais. Entretanto, a iniciativa encontra resistência entre as instituições, que alegam que a medida precisa de mais estudos antes de ser implantada.
De acordo com dados da Secretaria da Saúde de Curitiba, o número de internações nas UPAs em julho aumentou cinco vezes em comparação com o mesmo mês do ano passado. Já o total de atendimentos chegou à marca de 102 mil no mesmo mês, alta de 41% em relação a julho de 2012. A forte procura, formada por pacientes de Curitiba e região metropolitana, tem gerado muitas filas nas unidades.
De acordo com o secretário municipal da Saúde, Adriano Massuda, cada hospital que compõe a rede de urgência e emergência terá de destinar 20 leitos para a UPA mais próxima, totalizando 160 leitos de retaguarda. O Hospital Zilda Arns, por exemplo, já foi incumbido de atender à demanda da UPA do Pinheirinho. Massuda afirmou que não é preciso investimento em nova estrutura. "Basta uma reorganização dos leitos que existem atualmente. Isto é, não podem mais ser usados para cirurgias eletivas, o que ocorre às vezes."
A gestão ficará a cargo da Central de Leitos, que vai organizar a oferta e a demanda. "Se o Zilda Arns estiver com leito vago, por exemplo, e uma UPA de outra região estiver precisando, será feito o encaminhamento", explicou Massuda. Segundo ele, a estratégia é fundamental para reduzir o tempo de espera dos pacientes nas unidades de pronto atendimento. "Não houve incremento na produção de hospitais para dar conta do aumento da demanda da cidade e dos municípios vizinhos. Muitos desses pacientes acabam indo para a UPA, ficam lá aguardando."
Leitos de UTI
A oferta de leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) também é deficitária, diz o secretário. Segundo ele, há 266 leitos cadastrados para atendimento ao SUS, mas a prefeitura pretende contratar outros 30 até o fim deste ano.
A secretaria pretende ainda ampliar as equipes de atendimento domiciliar nas unidades. "Hoje temos dez equipes de atenção domiciliar em Curitiba, que já estão absorvendo pacientes da UPAs. A meta é reduzir o tempo de permanência e espera na unidade, seja pelo encaminhamento para um hospital ou com o atendimento em casa."
Prevista no PAC, a construção de unidades novas segue em ritmo lento
Pelo ritmo dos repasses da União não será possível cumprir a promessa feita pela presidente Dilma Rousseff de ampliação da rede de Unidades de Pronto Atendimento (UPA) no país. O projeto foi incluído no Programa de Aceleração do Crescimento 2 (PAC) em 2011, e previa o investimento de R$ 2,6 bilhões até 2014. No entanto, entre janeiro e agosto de 2013, não foi feito nenhum empenho (reserva de recursos no orçamento) para a implantação de mais UPAs.
Os relatórios de execução de despesa do governo federal revelam que, entre 2011 e 2012, foram investidos apenas R$ 480,1 milhões, ou 18% do total. Para cumprir a meta até o fim de 2014, o Planalto teria de quintuplicar o desembolso mensal para o programa.
A meta era criar 500 novas UPAs em todo o Brasil, das quais 17 no Paraná. No estado, 11 projetos ainda não saíram do papel. As únicas unidades concluídas, segundo o balanço mais recente, divulgado em abril, eram as de Ponta Grossa e Toledo. Outras quatro estavam em obras.
Hospital de Clínicas
Em Curitiba, a Secretaria Municipal de Saúde pretende instalar a nona UPA da cidade em área anexa ao Hospital de Clínicas, no Alto da Glória. O protocolo de intenções já foi assinado com a Universidade Federal do Paraná, gestora do local, mas será preciso aguardar pelo repasse de dinheiro da União.
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