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Beleza

Curitiba reúne beldades e coroa nova Miss Brasil

O clima nem de longe lembra os apoteóticos eventos dos anos 50 e 60, época de mitos como Martha Rocha (campeã em 1954) e Vera Fischer (vencedora em 1969), quando o concurso que escolhia a Miss Brasil incendiava as torcidas em todos os estados. Aliás, alguém que passasse do lado de fora do teatro nem imaginaria, mas a mulher mais bela do país – a radialista de Goi-ânia Jane Borges, 21 anos – estava sendo coroada ontem no Canal da Música, em Curitiba.

Por conta da perda de status, os concursos de beleza no estilo "cetro-e-coroa" vêm adotando um novo formato, atrelando a disputa de atributos físicos a ações de cidadania e bem-estar social. No caso do Miss Brasil Mundo, realizado ontem em Curitiba, a preocupação social foi o carro-chefe. "É a chamada ‘beleza com propósito’", define Paulo Colnaghi, diretor do concurso. "Cada candidata é incumbida de fazer um trabalho social na sua cidade, parte da arrecadação com as inscrições vai para entidades beneficentes e todas participam de uma campanha de prevenção do câncer de colo uterino."

Ele conta que nesta edição o trabalho social vencedor foi feito por uma paranaense, Ana Paula Apolônio, a miss Astorga. "Ela conseguiu arrecadar R$ 12 mil em um jantar beneficente, teve o valor da inscrição (R$ 2,5 mil) revertido para as entidades atendidas e conquistou o direito de passar direto para a semifinal do concurso", explica Colnaghi.

Outra demonstração de que o Miss Brasil e a disputa internacional subseqüente, o Miss Mundo, são hoje "socialmente responsáveis" será o gesto da atual detentora da coroa mundial, a islandesa Unnur Birna, que esteve ontem no Canal da Música. Durante a cerimônia que vai escolher a sua sucessora, no próximo dia 30 de setembro, em Varsóvia, ela vai doar uma jóia que ganhou dos patrocinadores "O Medalhão Persa vai ser leiloado e a renda revertida para as crianças pobres da Polônia", diz o diretor do concurso.

Noviça rebelde

Além de conquistar o direito de representar o país no Miss Mundo, em Varsóvia, a nova Miss Brasil – que chegou a ser noviça e só não se tornou freira por insistência da mãe – será presenteada com um automóvel quando transmitir a coroa, no ano que vem. A segunda e a terceira colocadas (respectivamente a Miss Cuiabá, Vanessa Regina de Jesus, e a Miss Ouro Preto, Tamara Silva) participarão de outros concursos internacionais. A paranaense mais bem colocada, Clarissa Caetano, 19 anos, representante de Pinhais, ficou em quinto lugar entre 41 candidatas.

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