O vereador André Passos (PT) afirma que a regulamentação da revisão do Plano Diretor de Curitiba pode consertar aquilo que ele considera um defeito da lei: a falta de uma definição clara de políticas para promover a inclusão imobiliária da população de baixa renda. O Plano Diretor, de 1965, diz ele, não chegou a ser integralmente cumprido porque faltaram instrumentos para garantir a inserção urbana da população de baixa renda. "Curitiba se desenvolveu expulsando os moradores de baixa renda", diz o vereador.
Passos diz que os eixos estruturais foram criados ao longo das vias com canaletas de ônibus para promover o adensamento urbano. Dispunham de um sistema de ônibus justamente para beneficiar o trabalhador que não tinha carro. Mas, de um modo geral, os bairros cortados por essas vias se valorizaram e foram ocupados pela população de renda mais elevada.
"A Conectora 5 (avenida que liga o Campina do Siqueira à CIC) foi planejada para os trabalhadores da Cidade Industrial", explica Passos. Hoje, porém, em um dos trechos dela, abriga o mais novo bairro nobre da cidade: o Ecoville.
Como conseqüência, a população de baixa renda teve de procurar outras regiões, que não contavam com tanta estrutura urbana. O Boqueirão foi um dos bairros que cresceu fora do planejamento do Plano Diretor. Era considerado uma área insalubre, devido à propensão em se alagar. Hoje, com a falta de espaços em Curitiba, a tendência é que os pobres da cidade migrem para a região metropolitana. (FM)
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