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Trânsito

Curitiba só deve ganhar novos táxis em 2013

 | Daniel Castellano/Gazeta do Povo
(Foto: Daniel Castellano/Gazeta do Povo)

Em abril deste ano, uma nova lei municipal foi aprovada em Curitiba regulamentando o aumento do número de táxis na cidade, já de olho na Co­­pa do Mundo, em 2014. O pro­­blema é que, até agora, ne­­nhuma mudança no sistema foi feita e a Urbanização de Curi­­tiba (Urbs) só deve decidir no fim do ano quantas licen­­ças serão concedidas para cumprir a lei. Com isso, somente em 2013 os novos táxis devem começar a circular na cidade para aliviar uma reclamação constante de quem opta por esse meio de transporte: a dificuldade de encontrar um veículo livre em horário de pico.

Segundo o gestor da área de táxis e transporte comercial da Urbs, José Carlos Gomes Pereira Filho, não é possível dizer o número de licenças que serão liberadas, mas o edital com a abertura das vagas deve ser publicado ainda neste ano. "Tudo depende dos resultados dos estudos que estamos realizando", diz. De maneira genérica, a nova lei determina que Curitiba não deve contar com uma taxa menor que um táxi para cada 500 habitantes ou maior que um para cada 700. Atualmente, a média é de cerca de um carros para 785 habitantes.

Defasagem

De acordo com o presidente do Sindicato dos Taxistas do Paraná (Sinditaxi-PR), Abimael Mardegan, em outubro do ano passado a prefeitura prometeu a liberação de 750 novas licenças, mas a ideia não foi adiante. "A verdade é que o sistema está totalmente defasado. Para a nossa demanda, o ideal é que houvesse um táxi para cada 500 habitantes, o que geraria pelo menos mais mil concessões."

Para o coordenador-adjunto do curso de Engenharia Civil da Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR), Ricardo Bertin, o ideal é que houvesse um táxi para cada 300 ou 400 habitantes, mas o cálculo exige uma pesquisa para identificar a real de demanda de Curitiba. "Não podemos comparar com outras cidades, como o Rio de Janeiro, no qual há muito mais táxis nas ruas, porque lá o contexto do uso de transporte é diferente e o turismo é intenso."

Para Mardegan, o aumento na frota viria acompanhado de uma ampliação da demanda. "Seria uma forma de melhorar o trânsito. Hoje, muitas pessoas não pegam táxi porque não sabem se vão ter carro à disposição na hora de voltar. Precisamos aumentar o serviço e mostrar que a opção pelo táxi vale a pena."

Atrasos e críticas

Maio de 1975. Foi exatamente há 37 anos que foi liberada a última autorização para aumento da frota de táxis em Curitiba. Para Pereira Filho, isso não chega a ser um problema. "De lá para cá, o sistema de ônibus se ampliou, a compra de carros se popularizou e as pessoas têm outras alternativas de transporte."

Quanto às críticas ao sistema, principalmente em relação a atrasos e falta de carros, ele argumenta que, fora dos horários de pico, é comum ver táxis parados nos pontos. "O problema é o início da manhã, o fim da tarde e os dias de chuva, mas todos os modais sofrem com congestionamentos, então não é um problema isolado."

Para Bertin, a história não é bem assim. "As concessões são de 1970, mas a população hoje é muito maior. Mesmo com outras opções de transporte, em dias de chuvas ou horários de pico é nítido como há uma demanda reprimida por táxi e o aumento do número de carros é importante para supri-la."

Taxistas com mais tempo de serviço terão prioridade

Segundo a lei que rege atualmente o sistema de táxis na capital, a partir da publicação do edital, prevista para este ano, deve ser feita uma espécie de licitação em que os interessados vão procurar a Urbs para se candidatar a ficar com uma das licenças.

"De acordo com a legislação, a autorização vai ser entregue ao taxista que tem mais tempo de atuação, o que privilegia quem tem mais experiência", explica o gestor da área de táxis e transporte comercial da Urbs, José Carlos Gomes Pereira Filho.

Reconhecimento

De acordo com o presidente do Sinditaxi, Abimael Mardegan, esse é um pedido antigo do sindicato, uma forma de coibir o comércio de placas. "Precisa ser recompensada a pessoa que mais trabalhou. Isso coíbe investidores e facilita para recalcularmos os preços, atrair os clientes e dar um gás a mais para quem realmente trabalha com o carro", salienta.

Interatividade

Você tem dificuldades de pegar táxi em Curitiba? Que medidas acha que ajudariam a melhorar o sistema?

As cartas selecionadas serão publicadas na Coluna do Leitor.

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