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A variação entre dias gélidos e quentes é tradicional na primavera | Walter Alves/ Gazeta do Povo
A variação entre dias gélidos e quentes é tradicional na primavera| Foto: Walter Alves/ Gazeta do Povo

Desde 2006, Curitiba não registrava dias tão frios em novembro como neste ano. Apesar da marca de 8,5ºC no dia 4, entretanto, o Instituto Tecno­­lógico Simepar considera a variação entre dias gélidos e quentes como tradicional da primavera – em 2006 foram registrados 7,3ºC e, no ano passado, 10ºC. "As condições não estão fora do normal. Já foram registrados dias com temperaturas mais baixas em janeiro", explica a meteorologista do Simepar Ana Beatriz Porto. Por outro lado, as temperaturas máximas do mês costumam ficar próximas dos 30ºC.

A explicação para o fenômeno está na presença das frentes frias, auxiliadas pela direção da circulação dos ventos (do oceano para o continente), o que favorece a manutenção da umidade no estado, sobretudo nas áreas mais próximas do oceano. "Enquanto no interior do estado, a nebulosidade se dissipa com o tempo e as temperaturas sobem, em Curitiba, na Região Metro­politana da capital, no Litoral e nos Campos Gerais, a nebulosidade mantém as temperaturas mais baixas", esclarece Ana Beatriz.

Sem a presença do sol e com a constante ocorrência de chuvas, praticamente não há amplitude térmica entre noite e dia. Embora dias mais frios predominem sobre o estado de forma geral, quanto mais distante a cidade for do Litoral, maiores serão as temperaturas. Nos próximos dias, contudo, há tendência de os termômetros voltarem a registrar temperaturas mais altas. "Quando a nebulosidade se dissipa, as temperaturas vão naturalmente se elevar", afirma a meteorologista.

Estranhamento

Apesar de os dados do Simepar apontarem a naturalidade da situação, a população estranha as baixas temperaturas. Mesmo 20 anos depois de deixar Apucarana, a dona de casa Geni Rodrigues, de 59 anos, acha estranho ter de usar cachecol nesta época do ano. "Lá [em Apucarana], o calor começa em outubro. Estou estranhando o frio", relata. De forma geral, o curitibano esquece de ter das blusas quando o verão se aproxima. "Não lembro de ter feito frio assim no ano passado", diz Geni.

"Nos últimos dois anos, essa época já estava bem mais quente", afirma o autônomo Arnaldo Todesco, de 44 anos. Com isso, a expectativa para o verão fica ainda maior. "Nem deu tempo para começar a se preparar para o calor. Viajei para a praia no feriado consciente de que dificilmente o tempo iria mudar", diz Todesco.

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