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A prefeitura de Curitiba inscreveu dois novos projetos na concorrência aberta pelo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) Mobi­­lidade Grandes Cidades, conhecido como PAC 2, lançado em fevereiro deste ano. Além da proposta para a implantação do metrô (cujo orçamento é de R$ 2,2 bilhões), o município também busca recursos para a nova linha Ligeirão no eixo Leste-Oeste e para a execução de melhorias na linha direta Inter 2. Juntos, os dois projetos somam R$ R$ 441,5 milhões.

A inscrição das propostas segue a intenção do Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano de Curitiba (Ippuc) de priorizar o transporte coletivo nos próximos anos. A ampliação da linha Inter 2 está orçada em R$ 318,5 mi­­lhões e prevê novos ônibus articulados com portas de embarque nos dois lados, cons­­trução de trincheiras e a reconstrução dos terminais do Campina do Siqueira, Portão, Capão Raso, Capão da Imbuia e o recém-reformado terminal do Ca­­bral. Para o Ligeirão Leste-Oeste estão previstos R$ 123 milhões na implantação do sistema e o alargamento das vias para possibilitar as ultrapassagens entre os veículos.

Na avaliação do mestre em gestão urbana Paulo Moraes, a reconstrução dos terminais se faz necessária, uma vez que os ambientes estão ultrapassados e "aquém do sistema [de transporte coletivo] em si". Ele também acredita que as intervenções terão reflexo em todo o trânsito. "Não basta apenas mais ônibus. As obras podem melhorar a capacidade do sistema, pois diminuem o tempo de viagem e oferecem mais conforto aos passageiros."

O engenheiro e professor do Departamento de Trans­­portes da Universidade Fede­­ral do Paraná (UFPR) Garrone Reck também aprova a iniciativa. "Melhorar as condições dos serviços de transporte coletivo é uma ação de maior eficácia do que investimentos em vias para transporte individual", afirma. Ele cita os binários, que apenas postergaram os congestionamentos. "A solução definitiva é um sistema de transporte público de qualidade."

Trânsito

Apesar dos projetos propostos apresentarem foco no transporte coletivo, a discussão sobre a eficácia do sistema de trânsito segue em debate.

O especialista em engenharia de tráfego Pedro Akishino considera a medida como uma política implantada no município em que o transporte coletivo é visto como prioridade, deixando de lado os meios de transporte particulares.

No entanto, a medida não alcança os resultados esperados, pois não faz com que a população abra mão dos veículos próprios como meio de locomoção. "Estas medidas não têm reduzido a frota da cidade e não se pode negligenciar o trânsito particular", critica.

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