Os motoristas e cobradores de Curitiba e Região Metropolitana seguem em greve nesta quinta-feira (16), mas o movimento será parcial. O dia deve ser difícil para o curitibano, que não vai conseguir saber se seu ônibus vai ou não circular no local e o horário em que normalmente passa. Para tentar reduzir essa dificuldade, a Urbs manteve os 870 veículos particulares cadastrados para fazer a mesma linha dos ônibus na capital. A única diferença é que esse carros, vans e micro-ônibus não poderão circular na canaleta.
Após a mobilização contra a reforma da Previdência, agora os trabalhadores do transporte coletivo continuam paralisados e pedem reajuste salarial. O Sindimoc, sindicato que representa os motoristas e cobradores, garante que vai cumprir a decisão judicial e colocar a frota mínima nas ruas - o que não ocorreu na quarta-feira.
A questão é o porcentual dessa frota. A determinação judicial é para que 50% dos ônibus estejam nas ruas no horário de pico - entre 5h e 9h e das 17h às 20h - e 40% nos horários normais. Mas o sindicato afirmou que vai entrar na Justiça com um mandado de segurança, pedindo a redução na multa, fixada em R$ 100 mil por hora, e a redução da frota mínima para 40% em horários de pico e 30% nos demais. Para o Sindimoc, o mínimo decretado pela Justiça é muito alta, mantém o sistema viável. “O sistema fica capenga, mas viável, e não causa a pressão necessária para a rápida solução do problema”, afirmou o presidente do sindicato, Anderson Teixeira.
Na noite de quarta-feira (15), até as 22h, 23% dos ônibus que deveriam estar nas ruas naquele horário estavam circulando - pouco mais da metade do que foi exigido pela Justiça, em decisão liminar. Apenas uma empresa estava cumprindo os 40% de veículos nas ruas, de acordo com a Urbs.
Enquanto o Sindimoc pede reajuste de 15% sobre o piso salarial e elevação do vale-alimentação de R$ 500 para R$ 977, a oferta do Setransp, sindicato que representa as empresas de ônibus, é de repor tanto o salário como o vale-alimentação de acordo com a variação do Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), o que representaria 5,43% de reajuste. Segundo o sindicato patronal, não há contraproposta.
Aulas seguem suspensas
Além dos motoristas e cobradores de ônibus, os professores das redes municipal e estadual também seguem o movimento grevista. Na quarta-feira, os professores do estado se reuniram com o governo do Paraná para buscar uma solução para a pauta, mas não houve avanço. Cerca de 80% dos professores aderiram à paralisação, de acordo com a APP-Sindicato.
Os docentes da rede municipal tentaram uma reunião com o prefeito Rafael Greca (PMN) para discutir a implantação do plano de carreira, mas não foram atendidos e decidiram manter a greve. A prefeitura afirma que o diálogo está aberto com a categoria, que é representada pelo Sindicato dos Servidores do Magistério Municipal de Curitiba (Sismmac).
Das 185 escolas municipais de Curitiba, cerca de 140 permaneceram totalmente fechadas nesta quarta-feira (15), enquanto 30 funcionaram parcialmente, de acordo com sindicato que representa a categoria.
Os números da prefeitura eram diferentes: das 185 escolas, 101 fecharam, 45 funcionaram e 39 tiveram atendimento parcial. Com relação aos Centros Municipais de Educação Infantil (CMEIs), que são as creches, 90 funcionaram, 88 tiveram atendimento parcial e 28 não abriram.
Outras categorias voltam ao trabalho
Em contrapartida, grande parte dos trabalhadores que pararam as atividades na quarta em protestos contra a reforma da Previdência voltam ao trabalho nesta quinta-feira. Os sindicatos que representam os trabalhadores da limpeza pública afirmaram que os caminhões de lixo devem voltar a circular logo no início da manhã. O Sindicato dos Metalúrgicos da Grande Curitiba informou que os protestos da categoria aconteceram por cerca de três horas, no início de cada turno da indústria. Nesta quinta, os trabalhos seguem dentro da normalidade. As agências bancárias e dos Correios também devem funcionar normalmente.
Os policiais civis do Paraná também irão retornar ao trabalho nesta quinta-feira (16). De acordo com o presidente do Sindicato das Classes Policiais Civis do Estado do Paraná, André Guitierrez, a categoria engrossou o ato nacional contra a reforma da Previdência nesta quarta, porém, não irá dar continuidade à paralisação. Os policiais do Paraná irão aguardar as orientações do comando nacional sobre atos e manifestações futuras.