A prefeitura de Curitiba divulgou ontem os detalhes do Plano Diretor Cicloviário que prevê o investimento de R$ 90 milhões para implantação de 300 quilômetros de novas vias para a circulação de bicicletas na capital até 2016.
Se tirada do papel nos próximos três anos, a proposta, que inclui ainda a recuperação dos 127 quilômetros da malha existente, deve colocar Curitiba na liderança do ranking de cidades brasileiras com maior rede cicloviária do país, totalizando 427 quilômetros. A origem dos recursos para financiar os projetos, segundo a prefeitura, é do próprio orçamento municipal e de convênios firmados com o governo federal, através de programas do Ministério das Cidades.
Elaborado pelo Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano de Curitiba (Ippuc), o plano tem 12 medidas que vão desde implantação de infraestrutura à criação de uma praça temática para os ciclistas , buscando consolidar o conceito de multimodalidade ao inserir a bicicleta no planejamento da cidade. "Curitiba busca dar essa alternativa para que as pessoas possam usar a bicicleta principalmente nos pequenos e médios deslocamentos, como um modal complementar", justificou o prefeito Gustavo Fruet (PDT).
Segundo o presidente do Ippuc, Sergio Pires, a criação de uma rede integrada vai oferecer segurança ao deslocamento cicloviário. "Isso ajuda a consolidar o conceito de cidade humanizada, participativa e inovadora", defende.
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O plano apresentado traz um conceito de microrrede cicloviária, que será implantado na Cidade Industrial de Curitiba (CIC), bairro que concentra grande número de trabalhadores que fazem uso da bicicleta como meio de transporte. Com cerca de 20 quilômetros, a rede incluirá ciclovias e ciclorrotas, conectadas aos terminais de ônibus e interligando o bairro.
A prefeitura também detalhou o projeto de implantação de uma via acalmada na Avenida 7 de Setembro, no centro da cidade. Com 6,3 quilômetros, o eixo vai interligar a ciclovia da rua Mariano Torres à Praça do Japão. Para oferecer o compartilhamento, a velocidade máxima na via para os veículos motorizados será reduzida para 30 km/h e os ciclistas vão transitar à direita da via, sobre área demarcada. Nos cruzamentos, serão implantadas bicicaixas uma área especial de parada para bicicletas nos semáforos, entre a faixa de pedestres e a área de veículos motorizados.
Na área de infraestrutura, devem ser implantados 25 conjuntos de paraciclos estacionamento paradas rápidas em diferentes pontos, criando 150 vagas para bicicletas em parques e praças e equipamentos públicos. A prefeitura também anunciou que vai criar bicicletários estacionamento fechados nos 20 terminais de ônibus da cidade, totalizando até 1,5 mil vagas em todo o sistema.