A Conferência das Partes da Convenção sobre Diversidade Biológica e a 3.ª Reunião das Partes do Protocolo de Cartagena, a serem realizadas em março de 2006 em Curitiba (PR), vão discutir temas importantes da biodiversidade, entre eles os produtos transgênicos, segundo o chefe de gabinete da subsecretaria geral do Itamaraty, Ernesto Rubath. Ele disse ainda que devem participar destas reuniões representantes de 187 países e que está sendo esperado um público de 3 a 5 mil pessoas.
"Há uma série de temas relacionados a esta questão e um dos mais polêmicos e mais complexos é a questão da comercialização dos produtos transgênicos. Outro ponto é como encontrar regras e parâmetros internacionais de maneira que se possa reduzir um pouco o ritmo de perda da biodiversidade e ainda como assegurar o acesso e a repartição dos benefícios da biodiversidade", disse Rubath.
O ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, a ministra Marina Silva e o secretário-executivo da Convenção sobre Diversidade Biológica da Organização das Nações Unidas (ONU), Hamdallah Zedan, assinaram na quarta-feira (28) o acordo de sede, que estabelece os requisitos que o Brasil deverá cumprir para organizar o evento em Curitiba. É a primeira vez que uma das conferências será sediada por uma cidade que não é a capital do país.
Para a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, ser a sede dos eventos é importante para o país. "A importância desse evento é pelo fato do Brasil ser um país megadiverso, rico em recursos genéticos, rico em diversidade cultural e em conhecimentos tradicionais associados e por estarmos com o desafio hoje de um regime internacional de acesso que seja capaz de atender as necessidades dos países em desenvolvimento".
Segundo a ministra, é importante demonstrar os esforços que estão sendo feitos pelo Brasil para conservar a sua diversidade e fazer uso sustentável dos recursos. Marina Silva disse ainda que o evento é uma oportunidade para trabalhar com vários países.
Para o secretario do meio ambiente do Paraná, Luiz Eduardo Cheida, as conferências serão espaços para discutir meio ambiente e economia. "A biodiversidade fala a favor das espécies animais e vegetais e quanto mais biodiverso é um determinado local, mais estável, e portanto, mais produtivo ele é. Assim, não só por uma questão ecológica, o que já seria mais que suficiente, mas até por uma questão econômica, a defesa da biodiversidade é fundamental", explicou.
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