Veja o resultado da pesquisa sobre o que o curitibano prefere fazer no carnaval| Foto:
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A maioria dos curitibanos prefere descansar no carnaval, não gosta da programação de folia oferecida na cidade e não irá viajar. Esse é o resultado de um levantamento do Instituto Paraná Pesquisas feito a pedido da Gazeta do Povo sobre o que pensa e o que faz o morador da capital paranaense na festa popular mais famosa do Brasil. A pesquisa apontou ainda que nos últimos cinco anos a maior parte dos entrevistados não assistiu ao desfile das escolas de samba na Avenida Cândido de Abreu, principal evento carnavalesco na cidade. O desfile deste ano irá ocorrer hoje e 20 mil pessoas são esperadas.De acordo com os números do levantamento, 87% dos entrevistados preferem aproveitar o feriado para descansar e 63% disseram que irão ficar em Curitiba. O diretor do Paraná Pesquisas, Murilo Hidalgo, afirma que a pesquisa ouviu pessoas maiores de 16 anos e de diversas faixas etárias. Ele observa que Curitiba hoje tem vocação para ser um destino de descanso e sugere que a cidade tenha uma programação diferenciada para atrair esse público. Ele também considera elevado o índice dos entrevistados que disseram que irão viajar: 34%. Os roteiros preferidos são o litoral do Paraná (56%), Santa Catarina (19%) e interior do Paraná (16%).

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Dependendo do destino, os cu­­ritibanos avaliam o carnaval de maneira diferente. A programação da cidade é considerada ruim ou péssima por 48% dos entrevistados, contra 24% dos que acham ótima ou boa. Quando se trata dos eventos no litoral, a percepção muda: 59% acham a programação ótima ou boa contra 13% que consideram ruim e péssima.

A antropóloga e professora da Universidade Federal do Paraná Selma Baptista, que desde 2005 se debruça sobre o estudo do carnaval em Curitiba, diz que a percepção do curitibano é depreciativa porque o carnaval é de pequena proporção. "Nosso carnaval sofre dessa carência de crença, credibilidade", diz. Segundo ela, é necessário mais investimento público para se dar uma infraestrutura adequada às escolas. A prefeitura repassa uma verba anual de R$ 19 mil para as escolas do grupo de acesso e de R$ 26,5 mil para as do grupo especial.

A antropóloga sente que o poder público age nessa época numa espécie de "cumprir com o dever". "Não é aquela coisa de fa­­zer porque gosta", diz. No entanto, observa que a festa na capital passa agora por uma fase mais otimista.

Menos formal

O curitibano prefere descansar no carnaval porque não existe espaço público de brincadeira, afirma a professora. "Não tem blocos, nem festa popular, existe cumprimento de dever de fazer um desfile na fren­te da sede do governo." Ela de­­fende um lugar mais inclusivo pa­­ra que as pessoas possam ir atrás dos blocos, com menos formalidade.

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O levantamento do Paraná Pes­quisas apontou que entre os curitibanos que pulam carnaval, 49% divertem-se em meio a blocos de rua e trios elétricos; 20% em casas noturnas, 16% em clubes e somente 16% em desfiles na rua. Para a professora, quando as pessoas não participam da festa há "uma perda para o espírito popular", diz. "Se per­­de o irônico, o brincalhão", afirma.

No levantamento do Paraná Pesquisas o curitibano também apontou o que não gosta no período de carnaval. Em primeiro lugar ficou o item "problemas causados pela bebida" (28% das menções). Em seguida apareceram as brigas (21%), o barulho (13%) e o trânsito lento e rodovias congestionadas (12%).

Programação com foco no bem-estar

O presidente da comissão executiva do carnaval 2011, Jaciel Tei­xeira, diz que a programação da folia é voltada para o "bem-estar da família curitibana". Segundo Tei­xeira, a cultura de carnaval vem mudando na capital e a prova disso é a quantidade de pessoas que participam do pré-carnaval organizado pelo bloco Garibaldis e Sacis no Largo da Ordem: "Tivemos um público rotativo de 30 mil pessoas". Outro diferencial, segundo ele, é a diversidade de programação oferecida durante o carnaval. As opções vão desde bailes populares no Bairro Novo até o Psycho Carnival, festival de música com bandas psychobilly nacionais e internacionais. "Tem casas de teatro que ficam abertas, temos os parques superfrequentados com academias ao ar livre, tem espaço para todos, sim", diz. Ele completa que a grande maioria dos curitibanos não conhece a nova realidade, de "resgate do carnaval, de tradição, de respeito com o público".