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Policiais fazem ronda nas ruas da CIC: curitibanos cobram mais presença física da polícia | Jonathan Campos/ Gazeta do Povo
Policiais fazem ronda nas ruas da CIC: curitibanos cobram mais presença física da polícia| Foto: Jonathan Campos/ Gazeta do Povo

UPS chega à CIC, o maior bairro de Curitiba

Cerca de 1,3 mil policiais militares, civis e guardas municipais deram início ontem à fase de ocupação para instalação de mais quatro Unidades Paraná Seguro (UPSs) na capital, desta vez na Cidade Industrial de Curitiba (CIC). Os módulos policiais permanentes ficarão nas vilas Verde, Sabará, Caiuá (nas margens do Contorno Sul) e Nossa Senhora da Luz (ao lado do terminal de ônibus da CIC). Cerca de 42 mil pessoas moram nessas comunidades – o equivalente a 24% da população total da CIC –, em uma área que compreende 2,8 mil quilômetros quadrados.

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Um dos objetivos da Unidade Paraná Seguro (UPS) é reforçar as ações de policiamento comunitário e garantir presença constante da polícia perto do cidadão. Pontos esses em que os curitibanos têm demonstrado descontentamento. Segundo levantamento do Instituto Paraná Pesquisas finalizado em julho, 60% dos curitibanos estão insatisfeitos ou muito insatisfeitos com o policiamento no bairro onde moram. Entre os entrevistados, 37% disseram ver carros de polícia circulando no bairro apenas uma vez por semana.

A maioria dos entrevistados avalia ainda como "regular" o trabalho desenvolvido pela Polícia Militar (41%) e pela Polícia Civil (36,1%). Apesar da insatisfação, os índices são melhores do que os registrados há um ano. Em julho de 2011, 48% consideravam regular o trabalho da PM e outros 38% tinham a mesma percepção com relação à Civil. No total, 280 curitibanos foram entrevistados para a pesquisa, que tem uma margem de erro de 6%.

Análise

Para especialistas, a insatisfação com o policiamento expressa a sensação de insegurança da população. O coordenador de segurança humana da ONG Viva Rio, Ubiratan Ângelo, que foi comandante-geral da PM do Rio, explica que, quanto mais a população tem medo, mais ela tem vontade de que a polícia esteja por perto. Por outro lado, diz ele, o fato de os policiais não estarem visíveis nas ruas não significa que eles não estejam trabalhando. "A população não vê os crimes que a polícia evitou que acontecessem."

Para reverter a má avaliação, Ângelo aponta a necessidade de se trabalhar com a estratégia de polícia de proximidade, como ocorre nas Unidades de Polícia Pacificadora (UPPs) no Rio e agora nas UPS.

O sociólogo Lindomar Boneti, professor do mestrado e doutorado em Educação da Pontifícia Universidade Católica do Paraná, concorda que a UPS aproxima a polícia da população, mas diz que a estratégia deve vir acompanhada de outros serviços: "O Estado deve se fazer presente plenamente", afirma, defendendo ações nas áreas de saúde, educação, lazer, infraestrutura urbana, entre outros.

Diante dos índices de insatisfação, o governo do estado informou, via nota, que está desenvolvendo um programa para reforçar o trabalho das forças policiais, recompondo efetivos e adquirindo novos equipamentos e viaturas. Segundo o texto enviado pelo governo, um exemplo deste esforço são as UPS.

A nota informa ainda que está em curso a modernização do serviço 190. Entre os entrevistados pela Paraná Pesquisas que tinham ligado para o número de emergência da polícia, 44,2% disseram ter aguardado até cinco minutos para serem atendidos e 50% avaliaram como "boa" a qualidade do atendimento telefônico.

Diversidade

As quatro Unidades Paraná Seguro vão vigiar uma parte pequena do bairro. Existem diversas "CICs" dentro da mesma Cidade Industrial. Acompanhe:

CIC Histórica

Surge em 1966, com a inauguração da primeira Cohab do Paraná e a terceira do Brasil – a Vila Nossa Senhora da Luz. Com 2,6 mil casas, a vila padeceu com o isolamento inicial, o que favoreceu a criminalidade. Ao se tornar CIC, em 1973, "perdeu-se" na imensidão do bairro. Pela antiguidade, também fazem parte do núcleo histórico os conjuntos Oswaldo Cruz I e II e a Vila Verde.

CIC Cohab

Os conjuntos habitacionais se dividem por boa parte das 83 áreas que formam o grande bairro – são 114 Cohabs ao todo, abrigando 23.858 famílias. Algumas, a exemplo do Caiuá, são apontadas como o que de melhor se fez em habitação popular na capital, com previsão de comércio e lazer, e várias vias de acesso.

CIC loteamentos

Os loteamentos populares também fazem parte da paisagem do bairro. A citar: Conjunto Residencial Marechal Rondon; Parque Verde, Moradias Vilas Novas, Visconde de Mauá.

CIC ocupações

O bairro soma 54 áreas de ocupação irregular, num total de 12.872 domicílios. Equivale a 20% da zona favelizada de Curitiba. Há pelo menos 12 áreas em regularização.

CIC industrial

Estima-se que 55 empresas das 121 instaladas na CIC em 1975 ainda continuem ativas. No total, a região abriga 7.991 empresas, divididas em indústria (21%), comércio (46%) e serviços (32%). As empresas geram, formalmente, 28 mil empregos diretos e 79 mil indiretos.

CIC comercial

Não é o forte da região. O bairro ainda padece pela ausência de grandes redes de supermercados, farmácias e bancos. Mas já se pode dizer que o local tem seus "centrinhos", como as Ruas Pedro Gusso, Raul Pompeia, Cid Campelo, João Bettega, Antônio Pastre, Eduardo Sprada e Herecê Fernandes. O grau de informalidade é altíssimo em vilas como o Sabará.

CIC verde

O bairro tem áreas de bosque, mas são pouco atraentes. Pode-se citar o Bosque do Trabalhador, parte do Passaúna, áreas de chácara nas Vilas Riviera, Augusta e São Miguel, Bosque Getúlio Vargas, Bosque São Nicolau, Parque dos Tropeiros, Parque Mané Garrincha. Ao todo, são 95 áreas de lazer, entre parques, praças, bosques, jardinetes e eixos de animação. O número representa 7,42% de área verde da cidade.

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