O calor dos últimos dias é resultado de uma massa de ar quente e seco que cobre o Paraná. E a sensação abafada começa a trazer problemas para os curitibanos, sobretudo às crianças e para aqueles que possuem algum tipo de doença respiratória. A umidade do ar chegou a 19,5% durante a terça-feira, uma taxa considerada muito baixa para o bom funcionamento do sistema respiratório.

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De acordo com o médico pneumologista Paulo Roberto Sandoval, a taxa de umidade do ar ideal deve ser de, no mínimo, 70%. Os principais sintomas que as pessoas sentem no verão e em dias de calor intenso são fadiga e irritação dos olhos. Além disso, quem possui algum problema respiratório, como rinite, asma e bronquite sofre ainda mais com o ar árido. "Tomar água, evitar se expor ao sol, usar roupas leves e até colocar uma vasilha com água nos ambientes onde circulam pessoas são as medidas ideais, ainda que paliativas", afirma Sandoval.

O problema mesmo está no tempo. Uma massa de ar quente e seca cobre o estado há alguns dias. Segundo o meteorologista do Instituto Tecnológico Simepar, Samuel Braun, isto acontece porque as massas de ar quente que nascem sobre o continente têm a tendência de serem secas. "Isso não quer dizer que não existam massas de ar quente e também úmidas", completa. Ainda de acordo com Braun, o tempo quente e abafado nessa época do ano é considerado normal, comparando com o mesmo período do ano passado.

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Ontem, a umidade do ar na capital subiu para 38%, ainda longe do ideal,mas reflete a perda de força do ar quente. "Os ventos trazidos pela massa de ar frio que se desloca da Argentina e do Uruguai em direção ao Rio Grande do Sul, e também as correntes da região Amazônica, contribuem para o aumento da umidade no estado, além de diminuir um pouco as temperaturas", assegura o meteorologista.

O avanço dessa massa de ar frio aumenta a nebulosidade do tempo no Paraná nos próximos dias e pancadas de chuva e rajadas de vento devem ocorrer no período da tarde e da noite. A região mais beneficiada é o Leste do Paraná – por estar próxima ao mar, acaba tendo um aumento considerável na umidade do ar hoje.