Apesar de mais de 71% dos curitibanos confirmarem temer a dengue, a desinformação quanto a outras doenças que também são transmitiras pelo mosquito Aedes aegypti é bastante grande. Oito em cada dez pessoas desconhecem outras moléstias – como as febres chikungunya e zika – mesmo que casos de ambas tenham sido registrados nos últimos meses no Paraná. O risco de tripla epidemia é justamente a principal preocupação das autoridades de saúde de Curitiba e do estado para a próxima temporada.
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Os dados constam de pesquisa realizada pelo instituto Paraná Pesquisas, a pedido da Gazeta do Povo. O levantamento mostra ainda que quase 90% dos entrevistados têm algum familiar ou conhecido que contraiu a dengue. Entre agosto de 2014 e julho deste ano, Curitiba registrou dois casos de dengue autóctone (que se originou no próprio município) e 39 casos importados. Não houve nenhuma morte em decorrência da doença na capital.
“O que mais chama a atenção na pesquisa é que há um receio em relação à dengue, ao mesmo tempo em que as pessoas ainda mantêm um desconhecimento bastante grande. O índice de entrevistados que não conhecem as outras doenças transmitidas pelo Aedes aegypti é grande”, apontou o diretor do Paraná Pesquisas, Murilo Hidalgo.
A pesquisa revela também que o curitibano garante estar tomando cuidados para evitar a proliferação do mosquito. Exatos 91% afirmaram adotar alguma medida de prevenção. Entre elas, quase 90% dizem eliminar constantemente pontos de água parada, como forma de combater a doença.
“Além disso, a questão do viajante é um fator importante. Se a pessoa for viajar para um local em que haja incidência da doença, ela deve ficar atenta e tomar alguns cuidados, como usar repelente ou procurar se hospedar em locais com tela”, lembra a coordenadora de combate à dengue em Curitiba, Juliana Martins.
No dia 14 de julho, o Paraná confirmou seu primeiro caso de febre zika. O estado também já havia registrado pacientes com chikungunya. A Secretaria de Estado da Saúde (Sesa) está preparando a estratégia para a próxima temporada, de olho na contenção de uma possível tríplice epidemia – dengue, zika e chikungunya.
“Desde o ano passado, estamos recebendo e preparando orientações a respeito do diagnóstico e condução desses casos [de chikungunya e zika]”, disse a chefe de vigilância ambiental da Sesa, Ivana Belmonte. “A população tem que ficar em alerta, porque as causas de todas essas doenças são multifatoriais. Depende muito do deslocamento, tanto que a maioria dos casos são importados”, completou Juliana.