O preço das corridas e a demora no atendimento são as principais reclamações dos curitibanos em relação ao serviço de táxi da cidade.| Foto: Daniel Castellano/Gazeta do Povo

Levantamento realizado pelo Instituto Paraná Pesquisas apontou que 65% dos curitibanos são favoráveis à entrada do aplicativo de carona paga Uber em Curitiba. A pesquisa, realizada nos dias 2 e 3 de setembro, revela que o principal motivo é o preço alto das corridas de táxi na capital, seguido pela demora no serviço.

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Empresa diz que quer contribuir para regulação

A empresa que administra o Uber afirmou, via assessoria de imprensa, que o aplicativo é um complemento à rede pública de transporte e que ajuda a atender ao desejo das pessoas em terem mais opções de locomoção nas cidades. “Com mais opções, mais pessoas deixam seus carros em casa, o que contribui para a melhora do trânsito nas cidades. Inovação é fundamental para o desenvolvimento das cidades e acreditamos que é hora de um debate amplo sobre como a inovação e a tecnologia aplicada podem ajudar a solucionar problemas de mobilidade urbana”, afirmou a companhia.

Em nota, a empresa lembra que há alguns anos não existia regulação para redes sociais e para sites que continham conteúdo gerado por usuário. “Depois de uma profunda conversa do poder público com legisladores, empresas, usuários e especialistas, chegamos no Marco Civil da Internet. A Uber está em contato com todas as esferas de governo e quer contribuir para a criação de uma legislação que fomente a inovação e o empreendedorismo no uso de tecnologia para melhorar o transporte individual privado de passageiros.”

Aplicativo está presente em 58 países. Em alguns, enfrentou reações severas

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Foram ouvidas 435 pessoas com mais de 16 anos. Segundo o estudo, 47% dos entrevistados acreditam que o Uber pode ajudar diminuir o valor da corrida de táxi.

A bandeirada inicial custa hoje R$ 4,90 e o quilômetro rodado sai por R$ 2,45 na bandeira 1 e R$ 3 na bandeira 2. O valor da hora parada é de R$ 24. O aplicativo tem sido objeto de polêmica após diversas manifestações de taxistas em várias cidades brasileiras repudiarem a entrada do Uber no país.

Dilma

Na semana passada, em uma das primeiras declarações públicas de um chefe de Estado contra a companhia norte-americana, a presidente Dilma Rousseff disse que o Uber contribui para o desemprego.“Eu acho que o Uber é complexo porque ele tira o emprego de muitas pessoas. Ele não é uma coisa tranquila”, afirmou a presidente.

Apesar da boa aceitação do Uber pelos moradores da cidade, a pesquisa também mostrou que metade dos entrevistados não pretende trocar os táxis pela carona paga. Cerca de 30% declararam que deixariam de usar táxi.

Para o advogado especialista em trânsito Reginaldo Koga, a pesquisa sinaliza uma crítica ao atual sistema de táxi em razão do alto preço e do atendimento ruim, mas também desconfiança em relação à nova tecnologia.

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A pesquisa mostrou que 56% dos curitibanos não acreditam que o Uber represente uma concorrência desleal para os taxistas. Segundo o advogado, o aplicativo poderá trazer um benefício de mobilidade diante do aumento do número de veículos na cidade.

Koga defende, contudo, que o Uber não seja implantado sem uma regulamentação e fiscalização definidas. “É um conceito novo que precisa ser pensado e debatido”, defende o advogado. “Se o Uber vier, será preciso pensar em rever os valores das corridas de táxi. Será um jeito de aumentar a concorrência e melhorar o sistema”, diz.

Modismo

Para o presidente do Sindicato dos Taxistas do Paraná, Abimael Madergan, o Uber não passa de um modismo. O taxista disse que a pesquisa pode “até” apontar uma crítica ao sistema, mas ressaltou ser a favor da melhora do serviço na cidade. “Todos nós queremos que os taxistas sejam melhores, que tenha reciclagem pra fiscais, motoristas, para todos”, comenta. “Mas o Uber é apenas uma modinha que é ilegal.”

Na avaliação do sindicato, o aplicativo poderá favorecer a pirataria no transporte, o que colocaria em risco a segurança das pessoas. “Sou contra porque perturba a ordem correta das coisas”, diz ele.

Artigo: A depender dos usuários, mais inovações de transporte virão

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