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Todos os anos, cerca de 60 mil brasileiros realizam algum tipo de intercâmbio, segundo a Association of Language Travel Organizations. Eles vão para exterior estudar, aprender idiomas ou trabalhar. Quatro jovens de Curitiba são exceção ao senso comum – pelo menos na viagem volta: o programa de intercâmbio nos Estados Unidos terminou em uma expedição pela América. De carro, eles resolveram percorrer 14 países, aproximadamente 25 mil quilômetros. Depois de sete meses, o grupo chegou ontem à capital paranaense.

O objetivo da expedição batizada de "Latinautas", para significar aquele que viaja pela América Latina, foi documentar em vídeo e fotos os principais movimentos de resistência no continente americano, como o poder dos Estados Unidos, as revoluções Zapatistas e Oaxaqueñas no México, os Sandinistas na Nicarágua, a herança do império colonialista no canal do Panamá, e a revolução na Cuba de Fidel.

"Nos Estados Unidos, começamos a nos perguntar por que fomos para lá. Conversei com os colegas de trabalho (americanos de classe média baixa) e me senti discriminada por ser diferente, resolver problemas com mais facilidade e ter outra vivência", diz a estudante de Ciências Sociais, Milena Costa de Souza. A questão fez com que ela e o namorado, Pedro José Vieira, desejassem fazer algo diferente, como uma expedição pela América. Milena convidou o irmão, Thiago Costa de Souza, e a namorada dele, Lígia Cavagnari, que partiram do Brasil para participar da empreitada.

A turma saiu da cidade norte-americana de Norwich, no dia 19 de setembro. O primeiro país da expedição foi o México, onde o grupo ficou um mês e meio, impressionado com a solidez dos movimentos anarquistas, objeto de análise. "Passamos em um centro feminista em que o pessoal estava a ponto de dar a vida para ter uma melhoria, pois o que eles não tinham era vida", conta Milena. Em Cuba, nova surpresa: os curitibanos quase foram expulsos do país porque não tinham autorização para se hospedar na casa de um nativo.

De lá, partiram para a Guatemala, onde descobriram estar no país com o maior índice de assassinatos entre mulheres e que não possuía nenhum registro de condenação por estupro. Chegaram a Nicarágua, cuja população havia passado por um genocídio.

Quando o percurso estava na metade, um episódio quase pôs tudo a perder. O grupo foi roubado no Equador e teve o equipamento de filmagem levado. Após o contato com empresas do Brasil, eles conseguiram verba para comprar material e continuar no registro de cenas, como as no Peru, em que apenas 20% da população tinha acesso à água.

A intenção agora é reunir todo esse material, entre livros, fotos, depoimentos e filmagens, para montar um documentário. A viagem custou para cada um uma média de US$ 5 mil. "Temos de parar agora e absorver o que vimos e registramos", conta Pedro. "Ah, se eu tivesse a idade deles!", brinca a avó de Milena e Tiago, Maria Emília Alves da Costa.

Serviço:O diário de bordo da expedição está no blog www.latinautas.com.br.

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