Encontro contou com a presença de adultos e crianças nesta manhã de sábado (19)| Foto: Henry Milléo/Agência de Notícias Gazeta do Povo
O evento foi organizado pelo Movimento pelo Bem Nascer em Curitiba, e aconteceu na Boca Maldita
Cerca de 70 pessoas participaram da marcha pelo parto humanizado
Objetivo do movimento era chamar a atenção das pessoas sobre o direito de escolha da mulher, a má qualidade dos serviços obstetrícios e a retaliação sofrida por profissionais de saúde que optam por métodos
O método escolhido pelas mulheres é o do parto natural, que não utiliza procedimentos cirúrgicos, chamado também de parto humanizado
As participantes do movimento reforçam que é importante lutar pelos direitos de escolha na hora do parto e não ficar alheio à violência hospitalar

O Movimento pelo Bem Nascer em Curitiba organizou uma marcha pelo parto humanizado na Boca Maldita, que reuniu cerca de 70 pessoas na manhã deste sábado (19). O objetivo era chamar a atenção das pessoas sobre o direito de escolha da mulher, a má qualidade dos serviços obstetrícios e a retaliação sofrida por profissionais de saúde que optam por métodos "alternativos" na hora do parto.

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FOTOS: Veja como foi a marcha pelo parto humanizado.

"Queremos mostrar para a população os seus direitos", diz a doula Nitiananda Fuganti, de 23 anos, uma das organizadoras do ato. Ela é mãe de dois filhos e teve seu primeiro parto na rede pública de saúde: uma cesárea que não traz boas recordações. Contrariando o que é muito apregoado, seu segundo filho nasceu em um parto humanizado, do jeito que ela queria.

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Essa possibilidade de escolha sobre o tipo de parto foi o que atraiu a jovem Bárbara Oliveira, de 18 anos, mãe do Miguel, de dois meses. "Quando engravidei, tinha certeza que ia fazer cesárea. Aí comecei a ler sobre violência obstétrica e optei pelo parto humanizado", conta. Ela fez o pré-natal na rede pública, pelo programa Mãe Curitibana, e fez o parto na Maternidade Victor Ferreira do Amaral. "Meu parto foi maravilhoso e estou aqui para lutar que outras mulheres possam ter o mesmo", diz.

A enfermeira obstétrica Adelita Gonzalez Martinez Denipote, de 32 anos, reforça que é importante lutar pelos direitos e não ficar alheio à violência hospitalar. "Se a mulher quer cesárea, é fácil. Mas se ela quer parto normal, é desacreditada", comenta. Ela trabalhava na Maternidade Victor Ferreira do Amaral, mas foi afastada há dois meses e, segundo ela, sem explicações.

Um dos métodos trazidos à tona pelos atos é o do parto natural, sem procedimentos cirúrgicos. No Paraná, a opção pelo método da cesárea é o escolhido por 41,6% das mulheres – enquanto a recomendação da Organização Mundial da Saúde (OMS) é que o índice não ultrapasse os 15%.

Especialistas avaliam que a cesárea deveria ser reservada somente aos casos em que parto normal seja inviável, por ser uma cirurgia de alto porte e que pode acarretar mais complicações, como sangramentos e infecções, do que método natural.

Movimento pelo Bem Nascer em Curitiba

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