Tradicionalmente, projetos de segurança pública costumam envolver medidas como o aumento do combate à criminalidade, o incentivo a denúncias de moradores e a ressocialização de detentos. Em Maringá, no Norte do Paraná, a atenção também está voltada para quem trabalha na defesa da sociedade. O grupo vem sendo beneficiado por um programa criado pelo Conselho Comunitário de Segurança (Conseg) da cidade. O Reconhecer é um projeto que oferece gratuitamente cursos profissionalizantes, de qualificação ou de desenvolvimento pessoal para servidores que atuam na área da segurança pública. Segundo o presidente do Conseg, Antônio Tadeu Rodrigues, o objetivo é valorizar o trabalho de policiais, bombeiros, guardas municipais, agentes penitenciários e de trânsito.
"Muitas vezes, o Estado e a sociedade têm dificuldade em reconhecer a importância do trabalho desempenhado por esses grupos. O objetivo é proporcionar a valorização desses profissionais", diz Rodrigues.
O projeto foi lançado oficialmente na noite de ontem, mas o trabalho existe há cerca de dois meses. Cerca de 70 pessoas já passaram pelos cursos. Os familiares dos servidores também podem participar das aulas ofertadas por instituições como o Senac e o Senai, além de faculdades e colégios de Maringá. "O projeto tem um custo mínimo. Como os cursos são gratuitos, temos um pequeno gasto com materiais, que é bancado pelas entidades parceiras", afirmou Rodrigues. "A procura pelos cursos é grande e já temos lista de espera. Como estamos firmando novas parcerias, devemos ofertar cerca de 400 vagas durante o ano."
Reciclagem
São oferecidos cerca de 80 cursos, como de técnico em eletroeletrônica, mecânico, eletricista predial e pré-vestibular. As aulas mais procuradas têm sido as ligadas às áreas de línguas e de informática. Um dos participantes foi o soldado da Polícia Militar Marcos Alexandre Possidonio, que concluiu o curso de manutenção, montagem e configuração de computadores. Ele participou de aulas diárias durante um mês. "Meu objetivo era resolver os problemas em casa, mas o que aprendi pode me ajudar no trabalho. Como também desempenho uma parte administrativa, posso auxiliar meus colegas, caso surgir algum problema em um dos computadores", disse.
Os beneficiados também podem fazer cursos na área de estética, oratória e decoração de interiores. A última opção foi a escolhida pela soldado da PM Renata Cristiane Sólis, que não havia feito o curso por falta de dinheiro. "Com o programa, posso fazer algo de que gosto muito. É uma forma de satisfação pessoal e que nos deixa mais dispostos", comentou. "Após um dia de trabalho, o curso é bom para espairecer. Adquirir conhecimento nunca é demais."