A Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) divulgou nesta quinta-feira (06) os indicadores pecuários acumulados até maio, onde os custos operacionais da atividade voltaram a crescer em ritmo mais acelerado que a inflação geral da economia. "Continuamos a ter perdas maiores em relação aos outros setores do agronegócio", disse o presidente do Fórum Nacional Permanente de Pecuária de Corte da CNA, Antenor de Amorim Nogueira.

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Segundo a pesquisa, realizada em nove estados pelo Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada da Universidade de São Paulo (Cepea/Esalq/USP) em convênio com a CNA, os custos efetivos, que representam os desembolsos mensais do produtor, aumentaram 0,56% no mês de maio. Já os custos totais tiveram um incremento de 0,90%. A variação do IGP-M (Índice Geral de Preços no Mercado) no mês de maio foi de 0,38%.

Os principais responsáveis pelo crescimento dos custos foram o serviço terceirizado de desmatamento, máquinas e implementos agrícolas e bezerros. "A situação da pecuária volta a se agravar, já que os custos estavam em queda até abril. Em maio, eles voltaram a subir e isso poderá se refletir na queda da produtividade", explicou Antenor Nogueira.

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Antenor citou a queda de 17% no valor da arroba do boi gordo no ano passado. Em contrapartida, o preço no varejo se manteve praticamente estável. Nos últimos três anos o custo da produção cresceu 31%, indicando uma grande perda de renda para o produtor. "Essa situação gera redução de investimentos necessários para manter a atividade em nível adequado de produtividade.

Além disso, os investimentos também são reduzidos na recuperação de pastagem e na melhoria genética do rebanho", disse o técnico do Fórum da Pecuária de Corte da CNA, Paulo Mustefaga. Segundo ele, a crise afetará mais tarde o bolso do consumidor. "Hoje o consumidor se beneficia com a queda do preço no varejo, mas em breve haverá menor oferta para exportação, menor oferta para o mercado interno e, com isso, ele poderá pagar mais caro em conseqüência da desestruturação do setor pecuário", afirmou.