Ainda criança, a curitibana Norma Teresinha Oliveira Reis, hoje com 36 anos, passava horas admirando o céu pela lente da luneta que ganhou do pai. Também se deslumbrava quando a tevê transmitia lançamentos de ônibus espaciais. Anos depois, realizou um sonho de infância, ao participar de um estágio na Nasa, a agência espacial norte-americana.As pesquisas realizadas no centro de estudos vira livro, publicado nos Estados Unidos, em 2013, com o título The Space Education Phenomenon at Nasa, Brasil and Beyond. Agora, a pesquisadora quer lançar o livro no Brasil, traduzido para o português.
A curitibana permaneceu na Nasa entre maio e agosto de 2008. Neste período, se dedicou a duas pesquisas, detalhadas no livro. Em uma delas, a pesquisadora se dedicou a esmiuçar a relação que diferentes civilizações mantinham com os eclipses do sol e da lua. No outro estudo, Norma abordou a estrutura educacional e os projetos pedagógicos da Nasa, que contemplam desde crianças a pós-doutorandos. Além disso, o livro traz artigos de convidados, como o astronauta brasileiro Marcos Pontes.
“O livro foi publicado nos Estados Unidos pela editora Nova Science. Agora, estamos procurando uma editora brasileira. Eu ficaria muito feliz se esse conhecimento chegasse ao meu país”, disse a pesquisadora.
Formada em pedagogia, Norma chegou à Nasa quando cursava mestrado na International Space University, na França. Um projeto sobre a adoção da educação espacial nas escolas foi aceito por um dos professores, que lhe abriu as portas da agência norte-americana. Foram quatro meses intensos. “Foi uma experiência riquíssima, que tive a oportunidade de compartilhar em diversos eventos nacionais e internacionais”, contou.
Apesar de a temporada na agência espacial já ter completado sete anos, a experiência adquirida continua sendo passada adiante pela pesquisadora.
Norma – que é servidora do Ministério da Educação (MEC), em Brasília – coordena um blog voltado a professores, por meio do qual disponibiliza conteúdos sobre astronomia e ciências espaciais, que podem ser usados na educação básica. Paralelamente, ela traduziu para o português um portal da Nasa, com atividades sobre o clima espacial.
Superação
Norma enviou as primeiras cartas à Nasa quando era criança e morava com os pais no bairro Pilarzinho, em Curitiba. Falava com deslumbre sobre as coisas do espaço que lia em livros e que queria ser astronauta. À época, começou a receber materiais – livros e posters – da agência que sonhava conhecer. Com apoio dos pais, a pesquisadora estudou a vida toda em escola pública e soube vencer os obstáculos, principalmente os financeiros. O mestrado na França, por exemplo, foi custeado com a ajuda de bolsa paga pelo governo francês e com apoio dos Soroptimistas, uma organização que auxilia mulheres a realizarem seus sonhos. “Foi a realização de algo que eu queria muito”, definiu.
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