Pesquisa
Agência tem 58 patentes e faz ponte com setor produtivo
A produção de óxido de grafeno no Departamento de Química da Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG) está entre as pesquisas acompanhadas pela Agência de Inovação e Propriedade Intelectual da instituição. A agência já possui 58 patentes, sendo 20 delas em conjunto com a Universidade Federal do Paraná (UFPR).
O diretor da Agência, João Irineu de Resende Miranda, lembra que o perfil das pesquisas é voltado para as tecnologias verdes, ou seja, que têm como ponto de partida os materiais recicláveis.
A agência funciona como uma ponte entre a UEPG e o setor produtivo. A tecnologia vendida à indústria rende royalties à universidade, que recebe uma porcentagem sobre a produção e comercialização da inovação aplicada. Os recursos são usados, principalmente, no registro das descobertas.
Uma equipe de pesquisadores do Departamento de Química da Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG) conseguiu realizar uma verdadeira alquimia científica com uso de pilhas comuns usadas. Eles retiraram o cilindro de grafite do interior das pilhas e produziram o óxido de grafeno, que é a matéria-prima do grafeno, um material de ponta que tem usos múltiplos na nanotecnologia.
A descoberta foi patenteada nos órgãos federais e é acompanhada pela Agência de Inovação e Propriedade Intelectual (AIPI) da UEPG. A intenção dos pesquisadores é vender a tecnologia para o setor produtivo e assim iniciar a produção em escala comercial do óxido de grafeno, que pode ser usado na fabricação de sensores e processadores.
Hoje o produto é importado e de alto custo. Para se ter uma ideia, quatro gramas de óxido de grafeno importado custam em média R$ 22 mil o equivalente ao preço de um carro popular enquanto que a mesma quantidade do material produzida na UEPG tem um custo inferior a R$ 10 mil.
Embora pareça pouco, quatro gramas podem ser complementados a outros tipos de materiais. O óxido de grafeno possui uma composição química mais resistente e, por isso, garante maior durabilidade a produtos produzidos à base de aço, como os dutos usados na exploração do pré-sal, por exemplo.
O material é uma forma de carbono e um bom condutor de eletricidade. É, por isso, cotado como substituto do silício, pois tem maior potencial de conduzir eletricidade e perde menos energia em forma de calor.
O doutorando Fábio Santana dos Santos, que faz parte da equipe de pesquisadores, conta que entre as várias metodologias para a produção de óxido de grafeno, os pesquisadores da UEPG usam o método de esfoliação eletroquímica, cujas ferramentas usadas são uma combinação de cilindro de grafite, eletrólito, água e corrente elétrica. A produção de grafeno nos Estados Unidos, por exemplo, usa o processo químico, que tem custo mais elevado.
O método é tão barato que para a pesquisa não foi usada nenhuma linha de financiamento diferenciada. "As pilhas são doadas, a estrutura de laboratório é da UEPG e os reagentes são de pesquisas parceiras que estão em andamento", afirma o graduando e pesquisador Rodolfo Thiago Ferreira. Para a produção de grafeno em sua forma final, no entanto, a equipe de pesquisadores buscará o apoio de agências de fomento.
Com pesquisas iniciadas na década de 1940, o grafeno ganhou força no mundo acadêmico nos últimos seis anos. Em 2010, os pesquisadores russos Andre Geim e Konstantin Novoselov ganharam o prêmio Nobel de Física com as pesquisas sobre o material.
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