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Dalai Lama fala sobre meio ambiente em conferência em São Paulo

Em São Paulo, o líder budista disse que o ser humano precisa de compaixão e autodisciplina para viver em paz | AFP/Yasuyoshi Chiba
Em São Paulo, o líder budista disse que o ser humano precisa de compaixão e autodisciplina para viver em paz (Foto: AFP/Yasuyoshi Chiba)

Centenas de jornalistas, fotógrafos e câmeras da grande e da pequena mídia lotaram nesta sexta-feira (16) uma sala de conferências do edifício empresarial World Trade Center, na zona sul de São Paulo, para ouvir o que Lhamo Dhondup, um senhor de 76 anos, mais conhecido como o 14º Dalai Lama, tinha para dizer em sua quarta visita ao Brasil.

O Dalai Lama defendeu a harmonia entre os povos, o respeito às religiões, ao meio ambiente e até deu um recado direto aos jornalistas, alertando que a imprensa deve ter a responsabilidade de informar com isenção.

Dalai Lama é chamado de Sua Santidade pela comunidade budista, mas para desmistificar sua imagem iniciou a entrevista com a seguinte frase: "Sou apenas um dos 7 bilhões de seres humanos deste planeta." Explicou que nos níveis mental, emocional e físico todas as pessoas são completamente iguais.

Para aquele senhor de gestos leves, óculos com lente fumê e a famosa túnica vermelha e amarela, a paz será atingida quando a humanidade passar a seguir o que, de fato, pregam todas as religiões: amor, compaixão e autodisciplina.

"A verdadeira prática religiosa é aquela em que a pessoa implementa os valores da religião na sua vida, mantendo a mente acordada para perceber quando ela é tomada pela raiva e pelo medo. Ninguém deve se deixar avassalar por esses sentimentos negativos", afirmou.

Entre uma brincadeira e outra, sempre muito espontâneo, dalai-lama também alertou para a degradação ambiental do planeta. Disse que vê hoje maior conscientização das autoridades sobre a questão, e aproveitou para dar uma alfinetada na China, país que o expulsou do Tibet após a invasão ocorrida no início da década de 1950.

"Em encontros como a ECO 92 vejo que os governos têm mostrado mais entusiasmo pelo assunto. Em contrapartida, há países como a China e a Índia que dizem que os interesses nacionais estão acima dos interesses globais."

O Dalai Lama aproveitou o público massivo da imprensa presente na entrevista para, primeiro, fazer propaganda de seu novo livro, "Towards the True Kinship of Faiths", ainda sem tradução no Brasil, e depois para alertar sobre a responsabilidade do trabalho dos jornalistas.

"Vocês precisam ter o nariz do tamanho do nariz do elefante. É preciso faro para ver o que está por trás das notícias, analisar a matéria sobre todos os ângulos", alertou. "Em todas as profissões encontramos distorções. Vocês devem fazer uma investigação completa e, a partir daí, informar o leitor para que ele julgue como quiser."

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