Novo Progresso Militares da Aeronáutica e do Exército acharam ontem de manhã a caixa-preta do Boeing 737 da Gol que caiu em Mato Grosso na última sexta-feira. A parte com os dados específicos do vôo, como velocidade e altitude, está amassada e faltando um pedaço, o que pode comprometer a reconstituição das circunstâncias da queda.
A parte que guarda os dados sonoros do vôo 1907, como as conversas do comandante da aeronave, foram localizadas em "bom estado", segundo o brigadeiro Jorge Kersul Filho, coordenador das Forças Armadas no local do acidente. A outra, porém, com os dados técnicos está avariada. "Falta uma espécie de cilindro central, que ainda estamos tentando localizar", disse Kersul.
A análise da caixa-preta é fundamental para conhecer exatamente em que altitude e em que procedimento (subida, descida, vôo de cruzeiro) a aeronave da Gol estava no momento do acidente quando se chocou com o jato Legacy da Embraer.
Destroços
O material foi localizado nos destroços da parte traseira da aeronave e encaminhado ontem mesmo a Brasília numa aeronave da Força Aérea de Brasileira (FAB). Ontem pela manhã, apenas uma parte dos destroços havia sido achada a que inclui o trem de pouso e parte das asas do Boeing da Gol. Logo depois, em sobrevôos rasantes de helicópteros, foi localizado o que sobrou da fuselagem traseira da aeronave, a uma distância de 800 metros da clareira aberta ao lado do trem de pouso. Nela, estavam as caixas-pretas, que foram içadas a um helicóptero e levadas à base aérea do Cachimbo, que fica às margens da BR-163 numa área do município de Novo Progresso, no sul do Pará (1.691 km de Belém). O Boeing da Gol provavelmente caiu de nariz na floresta e seus destroços permanecem encobertos pelas árvores, que na região chegam a ter 40 metros de altura. Noventa militares estão envolvidos na operação de resgate.
Justiça
O juiz Thiago Souza Nogueira e Abreu, da 2.ª Vara de Peixoto de Azevedo, determinou ontem a apreensão dos passaportes dos dois pilotos americanos do jato Legacy que colidiu com o Boeing 737 da Gol. Segundo o Tribunal de Justiça de Mato Grosso, Jean Paul Palladino e Joseph Lepore ficaram sem os documentos até nova decisão judicial. "Até o momento há várias hipóteses a serem consideradas acerca do acidente, não estando descartada a possível falha cometida pelos pilotos do táxi aéreo", disse o juiz.
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