Pouco mais de um mês após a suspensão da greve que durou 29 dias (entre 9 de fevereiro e 9 de março), professores e servidores da rede estadual de educação iniciam nova negociação com o governo estadual. A APP-Sindicato, entidade que representa a categoria, reúne-se nesta quinta-feira (23) com o secretário da educação, Fernando Xavier Ferreira, para discutir a data-base da categoria.
A categoria propõe um reajuste de 13,1%. Já a Secretaria de Estado da Fazenda (Sefa) informou que a questão salarial será debatida em maio e que, por enquanto, não há nenhuma proposta fechada.
Universidades estaduais paralisam atividades contra PL 252/2015
A mobilização contra a aprovação do PL 252/2015 abrange também professores universitários.
Docentes da Universidade Estadual de Maringá (UEM), da Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG), da Universidade Estadual do Oeste do Paraná (Unioeste), da Universidade Estadual do Centro-Oeste (Unicentro) e da Universidade Estadual do Paraná (Unespar) decidiram paralisar as atividades a partir dessa quarta-feira (22). Servidores das instituições devem realizar assembleia-geral nos próximos dias para deliberar sobre a adesão à greve.
O presidente do Sindicato dos Docentes da UEPG (Sinduepg), Marcelo Bronosky, explicou que as atividades seguem paralisadas até que os deputados e o governo recuem.
A pauta de discussão com a Secretaria de Estado da Educação (Seed) inclui, ainda, itens acordados em março durante a greve dos professores, como o pagamento de promoções e progressões de servidores e professores, prometido para maio e junho, respectivamente. A implantação das progressões e promoções pendentes representará um gasto de cerca de R$ 13,5 milhões ao governo estadual. O sindicato quer garantias de que o montante já está previsto nas folhas de pagamento de maio e junho.
De acordo com o presidente da APP-Sindicato, Hermes Leão Silva, o descumprimento de alguns itens da carta-compromisso assinada pela entidade e pelo governo estadual em março, ao qual ficou condicionada a suspensão da greve, também tem causado descontentamento na categoria.
Um dos motivos de desagrado é o pagamento do adicional de férias dos professores, referente a janeiro de 2015. O débito foi quitado no fim de março, conforme prometido pelo governo, entretanto, segundo a APP-Sindicato, cerca de 23 mil trabalhadores tiveram descontos salariais indevidos sobre esse valor. “Esse desconto salarial é ilegal. Queremos o ressarcimento desses valores”, disse Silva.
A questão que mais gera divergência, no entanto, é o destino da Paraná Previdência, que deve ser decidido nos próximos dias pela Assembleia Legislativa do Paraná (Alep), quando da votação do projeto de lei 252/2015, que busca transferir servidores do Fundo Financeiro para o Fundo Previdenciário.
A nova proposta do governo prevê o saque mensal de R$ 140 milhões. Para viabilizar isso, o governo estima que 33 mil servidores públicos estaduais aposentados passem a receber suas aposentadorias do Fundo Previdenciário, e não mais da Paraná Previdência. Para a APP-Sindicato, tanto a apresentação do projeto quanto sua votação estão sendo apressadas.
“O governo se comprometeu em garantir o amplo debate entre todas as categorias sobre qualquer mudança na Paraná Previdência, no entanto, pediu regime de urgência para a tramitação de um novo projeto de lei. Nós queremos participar desse debate”, explicou Silva.
No próximo sábado (25), a categoria se reúne em assembleia-geral em Londrina para deliberar sobre uma nova paralisação, a depender dos avanços nas negociações salariais e da mobilização contra o PL 252/2015. Professores e servidores também devem votar a manutenção ou o fim do estado permanente de greve, decretado na última assembleia-geral, realizada em Curitiba no dia 9 de março.
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