Servidores dos Correios de Curitiba e Maringá iniciaram uma paralisação na noite de quarta-feira e mantiveram piquetes em frente das sedes da empresa durante todo o dia de ontem. O protesto, que ocorreu em todo o Brasil, estava previsto para terminar por volta da meia-noite de ontem, depois de 27 horas.
A manifestação foi promovida por carteiros e operadores de triagem transbordo. Eles reivindicam reposição salarial de 47,77%, um aumento real de R$ 200, mais segurança e melhores condições de trabalho, e a contratação de mais funcionários para acabar com a sobrecarga de trabalho.
Em Curitiba e região metropolitana, a adesão à greve chegou a 50% em cada uma das 35 agências, segundo o Sindicato dos Trabalhadores nos Correios do Paraná. Eles se concentraram em frente da sede na Rua João Negrão, no Rebouças. Já a assessoria de imprensa dos Correios afirma que apenas 30% dos trabalhadores cruzaram os braços e que a entrega de cartas ocorreu com um número reduzido de carteiros.
Uma passeata marcada para ocorrer ontem à tarde acabou cancelada quando os servidores receberam a notícia de que dois caminhões que estavam dentro da empresa conseguiriam sair caso eles se retirassem do local. " Pedimos para eles não descontarem esse dia de falta, mas não aceitaram. Por isso decidimos ficar aqui", diz o carteiro motorizado Anderson Antônio Baesso.
Não há estimativa de quantas cartas e encomendas ficaram barradas na sede dos Correios, mas a assessoria afirma que podem ser milhares. "Hoje voltamos ao trabalho e nos comprometemos a colocar em dia as entregas", diz Baesso.
Em Maringá, a mobilização para pedir a contratação de mais profissionais atingiu 60% da categoria. Os carteiros também se concentraram na agência central onde fizeram um ato público. Na cidade, em média 45 mil correspondências são entregues diariamente, mas ontem foram distribuídas 25 mil. Caso as reivindicações não sejam atendidas, em setembro uma greve pode ser deflagrada por tempo indeterminado.