Brasília A verba extra ou indenizatória dá margem a todo tipo de uso, desde a compra de combustível até a contratação de funcionários e gastos de campanha eleitoral. É o que disseram alguns campeões de despesas que consumiram os R$ 180 mil a que tinham direito em 2006.
Entre os beneficiados que não abriram mão de nenhum centavo da verba, há quem critique o mecanismo, por achar que se trata de uma forma de compensar a falta de aumentos salariais. É o caso do deputado Cezar Schirmer (PMDB-RS). Ele considera baixa a remuneração de R$ 12,8 mil brutos por mês. "Sou contra. Não têm coragem de dar salário decente e começam a inventar verba."
Para ele, a indenização das despesas custa mais caro ao erário. O raciocínio é que boa parte dos serviços contratados é supérfluo. "Se tenho a verba, vou usar em consultorias que tenho interesse, mas não é uma coisa que seja vital."
O deputado Maurício Rands (PT-PE) pensa diferente: "Se extingue a verba e bota no salário, vão achar que o salário é muito alto. O país só pode ter Parlamento se o mandato realmente tiver condições de ser exercido."
Pedro Fernandes (PTB-MA) argumenta que tem três carros alugados no Maranhão e no Distrito Federal. Suas despesas com combustível ficaram em R$ 60,3 mil. Na rubrica locomoção, hospedagem e alimentação, declarou gastos de R$ 117,1 mil. "Quando meus assessores usam seus carros, indenizo o combustível. É um salário indireto para eles. Gasto o que tem na verba. Precisamos de condições para trabalhar."
Para Fernandes, reportagens sobre a verba extra tratam de "picuinhas". Ele afirma que foi votado em 209 dos 217 municípios do estado: "Eu tenho impressão que sou um deputado correto. Estou entre os dez mais presentes (na Câmara) e, mesmo assim, todo final de semana venho ao estado."
Ricarte de Freitas (PTB-MT) defende seus gastos lembrando que o Mato Grosso é um estado do tamanho de muitos países, sem falar no difícil acesso a certos municípios. Ele declarou despesas de R$ 113 mil com locomoção, hospedagem e alimentação.
A deputada Laura Carneiro (PFL-RJ) conta que usou o dinheiro para pagar assessores de imprensa e um consultor que atendia também outros parlamentares. Isso foi possível, segundo ela, porque os profissionais foram contratados como pessoa jurídica, isto é, como prestadores de serviços. "Tive jornalista em Brasília, no Rio. Tive assessoria parlamentar específica. Pagava com a verba. Era empresa, não era pessoa física. Aí pode", diz Laura, que não se reelegeu.
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