O segundo dia de greve do transporte coletivo em Curitiba, agora com circulação parcial dos ônibus, começou com diversos trabalhadores adaptando suas rotinas para usar o serviço. Sem a certeza de que os ônibus passariam como de costume, muitos anteciparam a ida ao trabalho e outros tiveram de fazer rotas diferentes das habituais. Quem optou pelo carro nesta quinta-feira (16), encontrou congestionamento semelhante ao registrado na manhã da última quarta-feira (15) – dia em que greve do transporte foi total.
Os terminais de ônibus estavam com menos pessoas do que o habitual. Na manhã desta quinta, havia poucos ônibus no terminal do Capão da Imbuia. Os que surgiam por ali, na maioria dos casos, eram expressos. Passageiros que dependiam de alimentadores relataram espera muito acima do normal.
Já no Terminal do Portão, o fluxo de passageiros era a metade do normal segundo estimativa de funcionários que trabalham no local. Como a demora entre um ônibus e outro da mesma linha é maior, os veículos saem apinhados de gente do terminal. A diarista Nair Rodrigues, de 54 anos, passou por esse terminal e disse que em Fazenda Rio Grande, onde ela mora, também há bem menos ônibus nas ruas.
A falta de alimentadores também atingiu quem precisava ir até o Terminal do Capão Raso. Tereza Solange, 57 anos, trabalha em um call center no centro de Curitiba e disse que teve de ir para esse terminal a pé porque a linha circular Vila Rex não estava operando. “Acaba mudando a rotina”, lamentou.
Já o ajudante Claudemir Mendes de Oliveira saiu mais cedo de casa e conseguiu pegar um alimentador para chegar até o terminal do Pinheirinho, que está bem mais vazio na opinião dele. “Parece domingo”, comentou. Do Pinheirinho, ele precisava ir ainda para o Capão Raso e depois até o Campo Comprido. “Ontem não saí de casa, mas hoje arrisquei. O importante é chegar lá, seja lá hora que for”.
Sem pagar
A maioria das estações-tubo pelas quais a reportagem passou está com cobrador e com o validador em operação. Mas há exceções. A estação-tubo Centro Politécnico, no Jardim das Américas, estava operando com “catraca livre” por volta das 8h desta quinta-feira. Alguns passageiros até tentaram debitar a tarifa encostando o cartão no validador, mas o equipamento também estava inoperante. Essa estação serve as linhas Inter II e Centro Politécnico. As demais estações-tubo servidas por essas linhas estavam com cobradores.
A prefeitura de Curitiba informou que ela já solicitou que as empresas reforcem a quantidade de cobradores nas estações-tubo para que os ônibus saiam com tripulação suficiente para cobrir todas as estações. A prefeitura ponderou, entretanto, que a decisão judicial que garantiu a frota mínima não tratou dessa questão.