Brasília Uma análise comparativa das contas dos estados, feita a partir dos relatórios de execução orçamentária publicados na internet, mostra que os governadores elevaram suas despesas em R$ 29,6 bilhões entre 2004 e 2005, aproveitando a proximidade das eleições para conquistar votos com obras públicas de visibilidade, expansão de programas sociais e aumento para servidores.
Só os investimentos dos Estados cresceram 31,6% no ano passado, atingindo a cifra de R$ 17,4 bilhões, maior valor real desde 2002, ano de eleição. Embora contabilizada no orçamento de 2005, grande parte dos investimentos só começou a ser realizada neste ano, a exemplo do que ocorre no governo federal.
Em São Paulo, por exemplo, governada até março pelo tucano Geraldo Alckmin, a despesa com obras e aquisição de equipamentos somou R$ 3,77 bilhões em 2005 53,2 % a mais do que em 2004. O ciclo eleitoral do gasto fica mais evidente quando analisamos um período mais longo de tempo. Nos últimos oito anos, verifica-se que em toda mudança de mandato os gastos despencam no primeiro ano para em seguida começar a crescer, atingindo um pico no último ou penúltimo ano da gestão.
Em 1998, por exemplo, os investimentos estaduais somaram R$ 25,5 bilhões, em valores corrigidos pela inflação. No ano seguinte, quando novos governadores assumiram, caíram para R$ 14,9 bilhões. Um novo pico foi registrado em 2001 e 2002. Bastou o governo mudar, em 2003, para os investimentos serem reduzidos drasticamente para R$ 12,9 bilhões. Em 2005, eles já subiram novamente para R$ 16,4 bilhões.