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flashes da greve

De tudo um pouco na greve

Greve é um direito adquirido pelo trabalhador. Mas como sempre, no caso de um serviço público como o transporte coletivo, quem sofre é a população. Já não bastasse os bloqueios na Avenida Visconde de Guarapuava há duas semanas, ontem o trânsito voltou a ficar caótico em Curitiba com a paralisação dos motoristas e cobradores de ônibus. Não só o tráfego. Gente que teve o atraso ou ausência no trabalho descontado no salário, pessoas que caminharam quilômetros para chegar à escola ou serviço, protestos mais violentos por parte dos grevistas. De tudo um pouco, conforme os relatos abaixo.

Maratona forçada – Por conta da greve, muitos curitibanos tiveram que testar a resistência física. Algumas das longas caminhadas de quem se arriscou a ir a pé ao serviço chegavam perto dos 42,195 quilômetros das maratonas. Em relato ao site www.ondarpc.com.br, o leitor Emerson afirma ter andado 30 quilômetros de casa à loja em que trabalha. Saiu às 7h30 de casa e chegou às 12h45 ao trabalho. Na Praça Carlos Gomes, um flanelinha reclamava: foram 16 quilômetros do Santa Cândida ao Centro. "Para vir é fácil, que é só descida, o problema é voltar..."

"Tamo junto" – Solidarizados com o sofrimento do povão, alguns motoristas e cobradores ainda tentaram se explicar. No ponto de ônibus da Rua Alferes Poli, no Centro, ao lado da Santa Casa, um grupo de motoristas tentava argumentar com um taxista que perguntava por que eles estavam parados se estavam sensibilizados pelo transtorno aos usuários. "Pararam a gente", ressaltava um deles. Explica-se: os colegas de piquete furaram os pneus dos ônibus na Praça Rui Barbosa.

Taxímetro a toda – Se de um lado uns param, de outro, correm. Os taxistas tiveram dia cheio com a paralisação do transporte coletivo. Quem procurou táxis ontem teve que exercitar a paciência, já que a imensa maioria estava com o taxímetro ligado todo o dia. No Jardim das Américas, um usuário levou uma hora e quinze minutos (das 8h45 às 10 horas) para ser atendido pelo rádio-táxi. Nesse meio tempo, tentou os pontos próximos, todos vazios. Ao ser atendido no telefone, ainda foi informado de que o táxi levaria meia hora a chegar.

Comodidade – Nem todo mundo reclamou da greve de motoristas e cobradores ontem. Fabrício Klug, funcionário de uma fábrica de chocolates na Cidade Industrial, era uma delas. Obrigado todos os dias a pegar dois ônibus para chegar ao trabalho, ontem Klug se transportou com mais facilidade: a empresa em que trabalha disponibilizou um dos veículos para buscar os funcionários. Mesmo as empresas que adotaram tal expediente não conseguiram evitar o atraso dos funcionários. "Cheguei 15 minutos atrasado, mas fui apanhado em casa", gabava-se Klug.

Estômago vazio – Para encarar o caos da greve, nada melhor do que um café da manhã reforçado. Pena que o atendimento em algumas padarias ficou deficitário. No Seminário, clientes de delas não puderam contar com doces do dia, porque o confeiteiro se atrasou. Para contornar a pendenga, funcionários do escritório foram deslocados para o atendimento, enquanto o proprietário buscava o pessoal que põe a mão na massa. Na Lanchonete Kalkutá, o Centro, o almoço teve que ser cancelado por falta de conzinheiras.

Um rio de carros – O trânsito ficou tão difícil ontem que os pedestres tiveram dificuldades para atravessar as ruas mais movimentadas. Por volta de 16h30, o empresário Joel Malucelli era uma dessas pessoas. No Centro, próximo à Rua 24 Horas, Malucelli aguardava com paciência de Jó para atravessar a Rua Visconde de Nácar, em frente a uma de suas empresas, o Paraná Banco. Longe da faixa de pedestres, o empresário teve que esperar ainda mais para poder chegar ao trabalho, simplesmente do outro lado da quadra.

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