Brasília Os três candidatos à presidência da Câmara participam hoje de um debate na TV Câmara. Durante duas horas e meia, Aldo Rebelo (PC do B-SP), Arlindo Chinaglia (PT-SP) e Gustavo Fruet (PSDB-PR) buscarão os votos dos parlamentares que ainda estão indecisos. O evento começa às 11 horas.
Chinaglia, líder do governo na Câmara, é até agora o favorito na eleição. Pesquisas apontam que o petista tem 42% dos votos de 416 deputados que aceitaram revelar em quem vão votar. Mas nada está definido. Nas últimas semanas os parlamentares já mudaram de parecer várias vezes inclusive deputados do PMDB, partido que apóia Chinaglia oficialmente.
O petista sabe que o apoio de deputados denunciados por suposto envolvimento com o mensalão é seu ponto mais frágil, que deverá ser explorado principalmente por Fruet no evento. Aldo vai procurar defender sua gestão nos últimos dois anos e o tucano vai relembrar, sempre que puder, sua atuação na CPI dos Correios, que investigou o mensalão. A maior cobrança para o tucano é o fato de o ex-líder do PSDB, Jutahy Júnior (BA), ter inicialmente declarado apoio a Chinaglia em nome da bancada. Jutahy recuou em seguida, diante da reação negativa de vários tucanos.
Reforça a turma dos indecisos o deputado eleito Marcelo Melo (PMDB-GO), que ainda não está totalmente decidido em seguir a orientação do partido pelo voto em Chinaglia. "Temos um grupo de 14 deputados do Centro-Oeste que vamos tomar uma decisão conjunta", diz Melo. Embora reconheça a preferência pelo petista entre os integrantes de seu grupo, Melo diz ter "simpatia pelo Aldo".
Os peemedebistas são um dos alvos preferenciais do atual presidente da Câmara. Na última sexta-feira, Aldo avaliou que poderá ter metade dos votos da bancada do PMDB, a maior da Câmara, com 90 deputados. Aldo reconheceu que o mais provável é a necessidade de segundo turno e, nesse caso, disse aos assessores que o PSDB será decisivo, o "elemento de desequilíbrio" nas palavras de Aldo. A bancada tucana é formada por 64 deputados.
Assim como no PMDB, também no PP existem dissidentes que não aceitam o voto em Chinaglia e preferem Aldo Rebelo. Um dos deputados do PP eleitores de Aldo é Roberto Balestra (GO). "Democracia é isso, no PP não existe fechamento de questão", garantiu.
Fora as dissidências, Fruet, Chinaglia e Aldo sabem que esta eleição não vai fugir à regra das traições de última hora, protegidas pelo voto secreto que os três candidatos são unânimes em condenar. Os petistas contam com alguns votos do PFL e do PSB, partidos aliados de Aldo Rebelo. Nas conversas com os parlamentares, Aldo, apesar de governista, tem insistido no "risco" da concentração de poderes nas mãos do PT, que já tem a Presidência da República.
A eleição do presidente da Câmara e dos outros integrantes da Mesa Diretora será no dia 1.º de fevereiro, depois da posse dos deputados. Se houver necessidade, o segundo turno acontece no mesmo dia.
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