Em Brasília, 42 noivas foram abandonadas antes de subir ao altar -mas não pelos noivos. Sem aviso, o decorador que elas haviam contratado fechou a empresa, abandonou os serviços de cerca de R$ 1 milhão e viajou para Paris. Até agora, sem data para voltar.
Tudo começou com rumores nas redes sociais de que o decorador Chrisanto Lopes Galvão Netto, um dos mais renomados da capital federal para festas de casamento, havia ido à falência. Intrigados, casais o procuraram em busca de uma resposta.
Nem todos conseguiram. “Tentei ligar e mandei e-mail. Ele não respondeu e só mandou uma carta. Foi o pior dos cenários”, conta a servidora pública e noiva Giuliana Biaggini, 26, que registrou queixa na 3ª delegacia de Cruzeiro.
Desde quinta-feira até a manhã deste sábado (9), outras 41 noivas fizeram o mesmo. Juntas, elas pagaram R$ 936 mil em contratos, segundo informações da Polícia Civil.
O valor, no entanto, pode ser ainda maior. A estimativa é que até 100 noivas, que tinham decorações agendadas, possam ter sido afetadas.
“Teve gente que mudou a data do casamento. Uma noiva foi parar até no hospital”, relata Giuliana, que passou a se comunicar com as outras vítimas via WhatsApp.
Uma delas é a economista Thaciana Helena, 28. Em outubro, ela fechou o contrato com o decorador para que ele organizasse a recepção da festa, à vista. Prejuízo? R$ 14 mil.
“Quando soube, fiquei desesperada. Tentei ligar para ele, mas ele não atendeu, até que um cerimonialista me confirmou. Na hora, me senti traída”, conta.
Ainda não há informações sobre o paradeiro de Netto Galvão. A reportagem ligou neste sábado para a empresa, mas não conseguiu contato.
Segundo a polícia, os funcionários foram dispensados. Em seguida, na quarta (6), o decorador embarcou em um voo para Paris, de acordo com a Polícia Federal.
Antes, deixou uma carta, em que alega problemas financeiros e diz que já não tinha condições “físicas, tampouco psicológicas” de resolver “tamanha avalanche”.
A notícia aumentou as suspeitas e a revolta das noivas. “Como uma pessoa tem coragem de fazer isso? Ninguém compra uma passagem para Paris do dia para a noite”, reclama Thaciana.
Agora, o decorador deve ser investigado pelo crime de estelionato. A pena prevista para estes casos é de um a cinco anos de prisão. Na carta, o decorador diz que irá tentar ressarcir a todos “dentro do seu patrimônio e possibilidade”.
Os noivos, porém, já dão como certo o prejuízo. “Sabemos que a chance de reaver é muito pequena”, diz Giuliana, que agora procura uma nova empresa para fazer a decoração da festa do casamento, em agosto. “Muitos já não têm mais a nossa data”, conta.
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