Deu certo
Moradora de Pinhais conseguiu ajuda para tratamento médico
Segundo o Mapa da Defensoria Pública do Brasil, lançado em março do ano passado pelo Ipea e Anadep, apenas 45 milhões de brasileiros têm acesso a defensores públicos enquanto o universo de pessoas que recebem até três salários mínimos e poderiam recorrer ao serviço é de 160 milhões. Moradora de Pinhais, na Região Metropolitana de Curitiba, a coordenadora de Departamento Pessoal Adriana Campos foi uma das paranaenses que recorreu este ano à ajuda da Defensoria, com sucesso.
Foi por meio do órgão que Adriana conseguiu os medicamentos que precisa para se tratar da psoríase (doença inflamatória da pele). Os remédios, que custam R$ 4 mil por ampola, não eram fornecidos pelo plano de saúde nem pela secretaria municipal de Saúde. O médico então a orientou a procurar a Defensoria Pública em Curitiba para tentar ingressar com uma ação judicial, em abril.
"Nem sabia que a Defensoria existia. Foi bem rápido. Dei entrada com os documentos e três dias depois me ligaram dizendo que minha liminar havia saído", relata Adriana. Com a ação, o município foi obrigado a fornecer os medicamentos gratuitamente. O tratamento com os remédios é feito a cada dois meses. O custo do tratamento completo atingiria os R$ 15 mil.
Onde e como
Em Curitiba, a Defensoria Pública funciona de segunda a quinta-feira, das 8 às 17 horas, com distribuição de senhas a partir das 8 h (a sexta-feira é somente para acompanhamento de processos). Saiba onde procurar ajuda e que documentos levar:
Locais de Atendimento
Sede Central da Defensoria Pública do Paraná, na Alameda Cabral, 184 (Centro)
Fórum Descentralizado de Santa Felicidade, na Via Vêneto,1.490 (Santa Felicidade)
Fórum Descentralizado da CIC, na Rua Ludovico Kaminski, 2.525 (CIC)
Fórum Criminal, na Rua Maximo João Kopp, 274 (Santa Cândida)
Vara de Adolescentes Infratores, na Rua Pastor Manoel Virgilio de Souza, 1.310 (Tarumã)
Vara de Crimes Contra Criança e Adolescentes, na Avenida Iguaçu, 750 (Rebouças)
1ª e 2ª Vara de Delitos de Trânsito, na Rua Maximo João Kopp, 274 (Santa Cândida)
2ª Subdivisão de Inquéritos Policiais, na Rua Maximo João Kopp, 274 (Santa Cândida)
Vara da Infância e Juventude, na Rua da Glória, 290 (Centro Cívico)
Vara de Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher, na Rua Itupava, 1.829 (Alto da XV)
Documentos necessários
Original e cópia da carteira de identidade (RG)
Original e cópia do CPF
Original e cópia do comprovante de residência (talão de água, luz ou telefone com CEP atualizado)
Original e cópia do comprovante de renda atualizado de todos os membros da família (contracheque, holerite, comprovante de aposentadoria, pensão, benefício)
Endereço, dados pessoais e contato da parte contrária
Para autônomos: declaração com o valor de rendimento recebido, assinada por duas testemunhas (não parentes)
Atuação
A Defensoria Pública do Paraná atende pessoas que não podem pagar um advogado, oferecendo assistência jurídica integral e gratuita a todos que possuam renda de até três salários mínimos (por família).
Após três semanas de treinamento e anos de espera , os 78 novos defensores públicos do Paraná começaram a atuar em dezembro de 2013 em Curitiba e no interior do estado. A equipe reduzida, porém, tem feito com que o atendimento à população em alguns locais seja restringido a três áreas consideradas prioritárias: Infância e Juventude, Execução Penal e Família. Por isso, é grande a expectativa quanto a um novo concurso, previsto para 2014, que deve amenizar a falta de profissionais desse tipo no estado.
INFOGRÁFICO: Paraná é o penúltimo no número proporcional de defensores públicos
O Paraná está na penúltima colocação no país quanto ao número de defensores públicos, à frente apenas de Goiás são 0,79 defensores a cada 100 mil habitantes, enquanto a média nacional chega a 3,93. No último concurso, foram ofertadas 197 vagas, sendo que somente 95 candidatos foram aprovados e 78 acabaram empossados a intenção é que, ao menos, sejam preenchidas as 100 vagas que não chegaram a ser ocupadas no último concurso.
Também há uma disparidade no acesso à Justiça que atinge o Paraná e o país. No Estado, há 393 advogados para cada grupo de 100 mil habitantes, enquanto o número de defensores públicos, responsáveis por atender gratuitamente a população que não tem dinheiro para contratar um profissional, é quase 500 vezes menor. Segundo estudo lançado em março do ano passado pela Associação Nacional dos Defensores Públicos (Anadep) e Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), seriam necessários no Paraná, para atender a demanda, 844 defensores, enquanto hoje há apenas 88 o cálculo leva em consideração a proporção de habitantes com renda de até três salários mínimos, alvo da Defensoria.
"Temos um número muito reduzido em relação ao necessário. Mas essa defensoria que nasce agora tem prezado pela qualidade do atendimento. Não queremos ter mais um serviço público destinado à população carente que trabalhe no improviso, preocupado apenas com quantidade", defende o subdefensor público-geral da Defensoria do Paraná, André Ribeiro Giamberardino.
Alternativa
Embora prevista na Constituição Federal há 25 anos, a Defensoria Pública do Paraná só foi regulamentada em 2011 e saiu efetivamente do papel em 2013, com a nomeação dos novos defensores. Para o vice-presidente da OAB-PR, Cássio Lisandro Telles, uma alternativa para suprir a demanda de atendimento enquanto novos defensores não são contratados seria reativar o convênio feito pela entidade com o governo do estado, em que advogados prestavam assistência por preços módicos, custeados pelo poder público. A parceria foi suspensa pelo governo no início deste ano. "Os defensores nomeados evidentemente não vão suprir a necessidade da população carente que não tem condições de pagar um advogado", afirma Telles.
PEC propõe prazo para contratação de defensores
Uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC) em trâmite desde março de 2013 na Câmara dos Deputados pretende agilizar a instalação de Defensorias Públicas em todas as comarcas do país. A PEC 247/2013, intitulada "Defensoria para todos", quer estipular o prazo de oito anos para que a União, estados e Distrito Federal passem a contar com defensores em número proporcional à demanda atualmente, apenas 28% das comarcas possuem Defensoria Pública Estadual.
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