A Defensoria Pública do Paraná encerrou o atendimento de novos casos em 14 de novembro deste ano e só voltará a receber ocorrências em 9 de fevereiro de 2009. O motivo, segundo funcionários, é a falta de estrutura da instituição e o pequeno número de defensores públicos. Como os advogados não vencem a demanda, a suspensão das atividades é considerada essencial para diminuir a carga de processos para que, no início do ano que vem, a instituição possa oferecer melhores condições.
A reportagem não obteve o número atual de atendimentos mensais feitos pela Defensoria. Em 2006, porém, segundo matéria publicada no site oficial do governo do estado, a média era de 650 atendimentos por mês. Mas, de acordo com um funcionário do órgão, hoje esse número seria maior: todos os dias, apenas no período da tarde, cerca de 60 pessoas deixam de ser atendidas, o que corresponderia a uma média mensal de 1,2 mil atendimentos.
Embora funcionários e estagiários informem que não haverá mais atendimentos neste ano, a chefe da Defensoria Pública, Sílvia Cristina Xavier, alega que somente a orientação jurídica prestada por advogados foi cancelada nesse período. "A Defensoria Pública está atuando normalmente", garante. "Somente essa orientação de pessoas que geralmente recorrem à instituição sem necessidade e precisam de informações diversas é que volta em 9 de fevereiro. Esse serviço inclui áreas em que não atuamos, como a trabalhista."
O segurança Valter Alves de Souza foi um das pessoas que ficou sem atendimento. "Eles me pediram para voltar em 9 de fevereiro, quando os advogados atuarão em novos casos", relata. Souza conta que, desde sua separação, paga voluntariamente a pensão alimentícia para o filho de 1 ano e 5 meses, que vive com a ex-mulher. Apesar disso, a ex-companheira teria ingressado com ação judicial pedindo valores acima de suas possibilidades, já que está desempregado. "Como não tenho condições de pagar advogado, procurei a Defensoria. E vou esperar até fevereiro, porque não tenho o que fazer", afirma.
Para a presidente da Organização Jurídica de Apoio ao Cidadão (Ojac) Solange Aparecida de Souza, pessoas na mesma condição de Souza ficam à margem da sociedade. Pela falta de recursos, deixam de buscar os seus direitos. "Sem a atuação da Defensoria Pública, os cidadãos têm os seus direitos violados", opina. Solange ressalta que o cancelamento dos atendimentos fere a Constituição Brasileira de 1988, que assegura o benefício a qualquer pessoa.
O presidente da Associação Nacional dos Defensores Públicos, Fernando Calmon, defende que o cancelamento das atividades da Defensoria Pública é "um fato lamentável". De acordo com ele, a ocorrência reflete a falta de investimento do governo do estado na instituição. "Não conheço o governador, nem sou favorável a discussões partidárias, mas o governo é responsável direto por isso. Ele deixa de organizar a defensoria da forma como exige a lei", critica.
Para Calmon, o caso é mais desesperador porque pode desencadear situações irreversíveis, como a morte. "Há casos de pessoas que morrem na fila esperando pelo atendimento. Tem cobranças indevidas pelo uso de UTI. Pessoas que precisam de remédios específicos e caros, mas têm o fornecimento cortado. São várias situações", diz.
Quem são os jovens expoentes da direita que devem se fortalecer nos próximos anos
Frases da Semana: “Kamala ganhando as eleições é mais seguro para fortalecer a democracia”
Iraque pode permitir que homens se casem com meninas de nove anos
TV estatal russa exibe fotos de Melania Trump nua em horário nobre
Soraya Thronicke quer regulamentação do cigarro eletrônico; Girão e Malta criticam
Relator defende reforma do Código Civil em temas de família e propriedade
Dia das Mães foi criado em homenagem a mulher que lutou contra a mortalidade infantil; conheça a origem
Rotina de mães que permanecem em casa com seus filhos é igualmente desafiadora
Deixe sua opinião