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Bombeiros retiram corpo de uma vítima de deslizamento de terra em Niterói, no Rio de Janeiro | Antônio Scorza / AFP
Bombeiros retiram corpo de uma vítima de deslizamento de terra em Niterói, no Rio de Janeiro| Foto: Antônio Scorza / AFP

Trabalho de resgate é difícil e demorado

  • Bombeiros trabalham na busca de vítimas em Niterói
  • Bombeiros e voluntários trabalham na tentativa de resgate de pessoas depois de desmoronamentos causados pelas chuvas no Rio de Janeiro
  • Governo do Rio de Janeiro aguarda recursos para reconstruir locais devastados pelas chuvas

Pelo menos 200 pessoas estão soterradas no deslizamento que atingiu o Morro do Bumba no Cubango, em Niterói, na Região Metropolitana no Rio, na noite de quarta-feira (8). A informação é do coronel Pedro Machado, subsecretário de Defesa Civil, que diz não haver mais expectativa de encontrar pessoas com vida. O número de mortos por conta da chuva que começou a cair no Estado do Rio de Janeiro na última segunda-feira subiu para 153, informou o Corpo de Bombeiros nesta quinta-feira. Este número deve aumentar devido a este novo deslizamento.

"Pela nossa experiência é uma morte instantânea. Desceu uma grande quantidade de terra, pedra e lixo", disse Machado.

Secretário de saúde Sérgio Côrtes, não há previsão para o término de trabalhos na região. "A estimativa anterior era de 15 dias, mas a quantidade de escombros está dificultando as buscas. A extensão fica ainda pior porque há 25 anos funcionava um aterro sanitário no local, o que deixa o solo ainda mais instável", afirmou.

Ainda de acordo com Côrtes, técnicos da Geo-Rio foram disponibilizados pelo prefeito do Rio, Eduardo Paes, para atuar no local.

O secretário municipal de Obras de Niterói, José Carlos Mocarzel, considerou o deslizamento no Morro do Bumba, no Cubango, como o maior da história do município. Segundo ele, a comunidade foi construída sobre um aterro sanitário desativado há mais de 30 anos, e isso pode ter colaborado para a tragédia. Até o início da manhã desta quinta-feira (8) seis corpos já haviam sido retirados dos escombros.

resgate

Trabalho de buscas continuaram na madrugada desta quinta-feira (8) (Foto: Rodrigo Vianna/G1)

"Estamos fazendo um apelo para os moradores que estão em áreas de risco que deixem suas residências e procurem casas de familiares ou um abrigo da prefeitura. O prefeito Jorge Roberto Silveira já equipou escolas municipais com colchões e travesseiros para receber essas famílias", disse ele.

O município de Niterói foi o mais afetado pelas chuvas em todo o estado do Rio de Janeiro. O secretário afirmou, ainda, que cerca de 3 mil pessoas estão desabrigadas ou desalojadas no município: "O prefeito se reuniu com autoridades dos governos estadual e federal para que a gente consiga minimizar o sofrimento dessa população e buscar soluções para que tragédias como essa não acontecem novamente", disse.

Cerca de 150 homens trabalham no local e estão fazendo um levantamento do número de casas atingidas. Queiroz acrescentou ainda que o trabalho de resgate e procura de sobreviventes seguirá sem interrupções. Duas retroescavadeiras, das quais uma blindada do Batalhão de Operações Especiais (Bope) trabalham na área atingida.

Por volta 5h, chovia fraco na região.

51 feridos

De acordo com o secretário de Saúde e Defesa Civil, Sérgio Côrtes, de 20 a 40 casas podem ter sido atingidas. Ele informou ainda que o deslizamento deixou 51 feridos.

Os Bombeiros informaram ainda que 25 pessoas foram resgatadas com vida por soldados da corporação e pelos próprios moradores. Entre os feridos há oito crianças.

O comandante geral do Corpo de Bombeiros, Pedro Machado, informou mais cedo que as oito crianças sobreviventes estariam em uma creche que funciona na comunidade. Dois mortos já confirmados também eram funcionários da creche que funcionava no local.

Segundo afirmou, em entrevista à Globo News, o secretário de Serviços Públicos de Niterói, José Mocarzel, há relatos de que 40 casas podem ter sido afetadas.

"A gente está muito triste com essa coisa toda, não se tem um número exato. Mas parece que são mais de 40 residências. Não sabemos número de vítimas. Estamos com o Samu no local, a cidade toda está mobilizada. Mas foi uma tragédia muito grande que se abateu sobre o pessoal do Viçoso Jardim." - assista no vídeo acima a entrevista concedida à Globo News. Ajuda de moradores

Dezenas de moradores ajudam no trabalho dos bombeiros. Equipes de cinco quartéis trabalham no local. As autoridades fizeram contato com a Ampla, empresa responsável pelo fornecimento de energia no município, para que a luz fosse desligada no local. O motivo foi evitar explosões.

Muitas pessoas estão na área onde ocorreu o deslizamento à espera de notícias de seus familiares. É o caso de Gisele Pimenta, de 30 anos, que está à procura de um tio, duas primas, um primo de dois anos e o marido de uma prima. Segundo ela, todos estavam numa mesma casa. Uma tia, no entanto, foi resgatada com vida.

Segundo Gisele, a tia contou que estava na varanda quando ouviu um primeiro barulho. Logo em seguida ouviu mais dois estrondos e, depois, o morro veio abaixo. "Eu estou chocada, nunca pude imaginar que isso poderia acontecer com a minha família.

"Não sei o que fazer, eu quero ajudar mas não sei por onde começar. Meus primos estão lá dentro e a agonia é grande. Que Deus proteja minha família", disse Gisele.

Motivos do incidente

Segundo o Corpo de Bombeiros, a comunidade atingida pelo deslizamento no Morro do Bumba, em Niterói, foi construída numa área onde funcionava um antigo lixão.

De acordo com moradores, no momento do deslizamento não chovia na região. No entanto, segundo os bombeiros, o fato de o terreno ser propício a deslizamentos pode ter contribuído para o acidente.

Niterói, que está em situação de emergência, já registrava, antes do episódio desta noite, 79 mortes em decorrência das chuvas.

A cidade, segundo o secretário de Serviços Públicos, José Mocarzel, é suscetível a deslizamentos porque há grande ocupação irregular do solo. "Niterói está dentro da região metropolitana que tem adensamento grande de pessoas que não têm habitação. Foram ocupando irregularmente, mas isso tem que acabar. O trabalhador tem que ter a habitação dele", disse à Globo News.

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