Luciano Camargo ao lado do imóvel financiado pelo Minha Casa Minha Vida: canos obstruídos com resíduos de construção| Foto: Josué Teixeira / Agência de Notícias Gazeta do Povo

Infiltrações e muitas reclamações levaram os técnicos da Defesa Civil de Ponta Grossa, nos Campos Gerais, a visitar várias casas financiadas pela Caixa Econômica Federal, por meio do Programa Minha Casa Minha Vida, do governo federal, na última terça-feira (6). De acordo com as queixas feitas ao Programa de Proteção e Defesa do Consumidor (Procon), alguns dos imóveis do Conjunto Habitacional Jardim Ibirapuera apresentam problemas na estrutura, como paredes tortas e sem acabamento, portas mal colocadas, infiltrações e barrancos nos quintais.

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Os imóveis, que custaram cerca de R$ 85 mil, foram construídos por uma empresa de São Paulo e comercializados por uma imobiliária local. O conjunto habitacional foi formado a partir da venda de lotes para diversas construtoras. Os técnicos da Defesa Civil foram acionados pelo Procon depois que vários moradores registraram queixas sobre a execução da obra. Segundo o coordenador da Coordenadoria Municipal de Proteção da Defesa Civil, Edimir de Paula, na ação de terça-feira não foram realizadas vistorias e, sim, uma conversa com os moradores para orientá-los. "Nós chegamos a olhar algumas casas, mas não fizemos vistoria. Para que este trabalho aconteça é preciso que o morador faça o requerimento na prefeitura", explica.

Edimir de Paula conta que as situações no conjunto habitacional devem ser avaliadas individualmente. "Têm casas com problemas simples, outras com questões mais pontuais, por isso, é necessário que cada morador solicite a vistoria."

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Alguns imóveis sofreram reparos realizados pelos próprios moradores, o que complicou a situação, segundo De Paula. Ele explica que as obras, feitas sem acompanhamento técnico, podem ter comprometido as casas. "Essas casas correm o risco de desabar, futuramente."

O coordenador da Defesa Civil informou ainda que já notificou a Caixa Econômica sobre as irregularidades. "Eles se prontificaram a encaminhar uma equipe técnica para acompanhar as vistorias e prestar assistência aos moradores".

Prejuízo

"Dor de cabeça." É desta forma que o morador Luciano Camargo define os problemas encontrados na casa comprada ainda na planta. Segundo ele, os canos estavam todos obstruídos com resíduos de construção, o piso é de má qualidade, sem falar na má colocação das telhas. "Quando chove forte, entra água. Teve casos em que a chuva e o vento levaram as telhas de algumas casas."

Sem poder entrar no imóvel, a solução encontrada por Camargo foi arrumar, por conta própria, os problemas encontrados no imóvel. "Comprei a casa em 2012 e preciso me mudar rápido. Ir atrás de construtora ou Caixa é um processo demorado para depois ainda virem aqui e arrumarem de qualquer jeito. Então, eu mesmo prefiro fazer."

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Construtora

Em nota, a Caixa Econômica Federal informou que uma equipe de técnicos foi enviada ao empreendimento Jardim Ibirapuera para vistoriar as casas. Além disso, a construtora responsável pela obra já foi acionada e, segundo a Caixa, já está no residencial realizando os reparos. Confusão

O Conjunto Habitacional Jardim Ibirapuera é resultado da venda de lotes tanto para construtoras quanto para particulares.

Segundo Rodrigo Remer, engenheiro de uma das empresas que têm obras no local, o caso é isolado e está prejudicando a venda de imóveis dos demais empreendedores. "Vale frisar que esses problemas são de uma construtora em específico. Nós, assim como as demais, estamos com tudo regularizado, inclusive com documento comprobatório emitido pela Caixa."

O gerente da construtora responsável pelas casas que apresentaram problemas foi procurado pela reportagem, mas não retornou às ligações.

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