No primeiro dia do julgamento do ex-policial Marcos Aparecido dos Santos, o Bola, acusado de assassinar Elisa Samúdio e desaparecer com o corpo, a defesa apon­­tou falhas nas investiga­­ções para tentar livrar seu clien­­te da condenação.

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A situação do réu se complicou depois que o ex-goleiro Bruno Fernandes de Souza admitiu ao júri que o condenou, em março passado, que Luiz Henrique Romão, o Macarrão, levou a amante de Bruno para ser morta por Bola. O ex-jogador foi condenado a 22,3 anos de prisão por ter encomendado o crime. Macarrão pegou 15 anos por ter confessado parcialmente seu envolvimento na trama.

Bola está sendo julgado no Fórum de Contagem (MG) desde a manhã de ontem. Logo no início dos trabalhos, o advogado dele, Ércio Quaresma, pediu o adiamento do júri, alegando cerceamento de defesa pela ausência de testemunhas e que seu cliente deveria ser julgado na comarca de Vespasiano, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, onde Eliza teria sido morta. A juíza Marixa Rodrigues indeferiu o pedido.

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Posteriormente, no único in­­terrogatório do dia, Qua­­res­­ma questionou a delegada Ana Maria Santos, que conduziu o caso na fase policial, por não indiciar outros nomes mostrados pela quebra do sigilo telefônico dos envolvidos. Ele se referia especialmente ao policial José Lauriano, o Zezé, cu­­jo número teria aparecido diversas vezes nas 50 ligações re­­cebidas por Macarrão nos dias que antecederam o crime, assim como o de Bola. Ana Maria respondeu que Zezé não foi indiciado porque, na época, não havia elementos suficientes, embora ele tenha sido interrogado.

Acusação

O promotor Henry Vas­­con­­cellos focou seu interrogatório à delegada em detalhes do depoimento de Jorge Luiz, o primo de Bruno que revelou como Eliza teria sido sequestrada e morta, no início de junho de 2010. Durante os questionamentos, Ércio Quaresma pediu para deixar o Fórum. Se­­gundo ele, sua mulher havia sido assaltada. O promotor ironizou, dizendo que a esposa de Quaresma também havia sido assaltada no jul­­gamento ocorrido em novembro, no qual Macarrão foi condenado.