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O juiz Daniel Surdi de Avellar: Carli Filho vai a júri. | Daniel Castellano/Gazeta do Povo
O juiz Daniel Surdi de Avellar: Carli Filho vai a júri.| Foto: Daniel Castellano/Gazeta do Povo

O Tribunal de Justiça do Paraná (TJ-PR) concedeu ontem mais 30 dias para a defesa do ex-deputado estadual Luiz Fernando Ribas Carli Filho apresentar suas alegações finais em relação à morte dos estudantes Gilmar Rafael Souza Yared e Carlos Murilo de Almeida, em um acidente automobilístico ocorrido em maio do ano passado. O pedido da defesa se baseou no tempo de análise de uma gravação feita a partir do equipamento de um posto de combustíveis próximo ao local do acidente, no bairro Mossunguê, em Curitiba. O juiz da 2.ª Vara do Tribunal do Júri, Daniel Surdi de Avelar, decidiria hoje se Carli Filho será julgado por júri popular ou na Vara de Delitos de Trânsito, mas a definição só deverá ocorrer em 40 dias.

O advogado do ex-parlamentar, Roberto Brzezinski, alega que a acusação ficou com as gravações por 40 dias. Como a defesa já analisa o material há dez dias, o desembargador Telmo Cherem achou por bem conceder o mesmo tempo à defesa. A decisão começa a contar hoje, data de nova audiência do caso. Depois que a defesa devolver o material de análise, em um mês, Avelar terá ainda mais dez dias para definir qual caminho o caso seguirá. Roberto Brze­zinski não foi encontrado ontem para comentar a decisão.

O advogado da família Yared e assistente de acusação do Minis­tério Público (MP), Elias Mattar Assad, acredita que Avelar tomará a decisão entre os dias 15 e 19 de dezembro. O advogado viu um ponto positivo na decisão. "Se em todo o processo a defesa só encontrou esse defeito, é mais uma prova que a acusação está no caminho certo", avalia. Assad, no entanto, critica parte da decisão. Segundo ele, o desembargador não considerou que a audiência de hoje foi pedida pela própria defesa, já que as alegações finais da acusação já haviam sido colhidas.

O desembargador ainda autorizou o advogado de Carli Filho a fazer as alegações finais por escrito, conforme solicitado pela defesa no habeas corpus. "Defiro, pois, a liminar postulada ao efeito de ‘que a defesa não seja compelida a apresentar as alegações finais orais na audiência do dia 09/11/10, bem como se aguarde o escoamento do prazo concedido pela própria autoridade coatora à defesa para análise do material de informática do posto de combustíveis", determina a decisão de Cherem.

Audiência

Uma testemunha de defesa será ouvida na audiência de hoje, a partri das 14 horas, na 2.ª Vara do Júri, em Curitiba. A testemunha não compareceu à última audiência no dia 10 agosto deste ano. Carli Filho também pode ser novamente interrogado hoje pela defesa. No entanto, a presença dele é facultativa, já que o ex-deputado foi ouvido há três meses. Segundo laudo divulgado pelo Instituto Médico Legal (IML) de Curitiba na época do acidente, Carli Filho havia ingerido bebidas alcoólicas antes de se envolver no acidente que resultou na morte dos dois estudantes.

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