Entenda o caso
Dia 19/02/2013 Virgínia Soares de Souza é presaDia 19 Advogados de defesa pedem acesso ao inquérito ao Nucrisa, mas delegada, segundo a defesa, negou acesso aos documentos. Dia 20 Defesa faz pedido à Vara de Inquéritos do TJ-PR para ter acesso integral ao inquérito. No mesmo dia, a Vara de Inquéritos determina que advogados de defesa possam ter acesso aos documentos recolhidos pela investigação. Dia 21 Delegada do Nucrisa, Paula Brisola, fornece acesso ao inquérito no fim do dia, às 18 horas, e não libera mídias com gravações e prontuários de pacientes. Dia 22 Defesa comunica Vara de Inquéritos que acesso integral havia sido negado pelo Nucrisa. Dia 22 Vara de Inquéritos novamente determina acesso integral ao inquérito à Delegacia Especializada Dia 23 Nucrisa, em regime de plantão, nega mais uma vez o fornecimento das gravações. Dia 24 Vara de Inquéritos solicita informações sobre o motivo de não cumprimento da decisão. Dia 25 Defesa entra com mandado de segurança no TJ-PR para que decisão da Vara de Inquéritos seja cumprida.
As informações foram repassadas pela defesa da médica porque o inquérito corre em segredo de Justiça e o TJ-PR, contatado pela reportagem, relatou que não pode fornecer detalhes sobre as decisões.
A defesa da médica Virgínia Soares de Souza aguarda um parecer sobre um mandado de segurança no Tribunal de Justiça do Paraná (TJ-PR) nesta segunda-feira (25) para tentar forçar o acesso total ao inquérito policial que investiga homicídios na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital Evangélico, em Curitiba.
O TJ-PR confirmou o protocolo da decisão e diz que o processo já passou pela fase de autuação. Isso significa que depois da entrada do pedido às 15h20 já houve movimentação no processo e ele foi disponibilizado para a distribuição. Um desembargador será determinado para analisar o caso e pode tomar a decisão sobre o acesso ainda nesta segunda-feira (25).
O que está em jogo no caso é o cumprimento de uma decisão da Vara de Inquéritos órgão do TJ-PR. Segundo o advogado Samir Assad, que integra a defesa de Virgínia, o órgão do TJ-PR determinou o acesso integral ao processo já na primeira vez em que houve o pedido de acesso às provas da investigação, o que ocorreu na última quarta-feira (20), logo após a prisão da médica.
Mesmo com a decisão favorável, segundo Samir, a delegada do Núcleo de Repressão aos Crimes Contra a Saúde (Nucrisa), Paula Brisola, forneceu a apenas a cópia sem as mídias com gravações e sem os prontuários médicos que foram recolhidos no Hospital Evangélico como possíveis provas.
Uma série de intervenções judiciais, segundo o advogado, foram feitas para tentar garantir o acesso aos documentos e mídias. Mas, segundo a defesa, todos os pedidos foram ignorados pela especializada. "A Justiça determinou que informações sejam fornecidas sobre o porquê de a decisão da Vara de Inquéritos não ter sido cumprida, mas a delegacia ainda não se pronunciou sobre o caso", disse o advogado.
Defesa pede ajuda da OAB
Na tarde desta segunda-feira (25), o advogado Elias Mattar Assad, anunciou que pediu formalmente ajuda da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) para obter todas as informações sobre o inquérito. Em entrevista coletiva na sede da entidade no Paraná, Assad entregou oficialmente o Pedido de Assistência ao órgão. Segundo ele, apenas depois de estudar as provas do inquérito é que uma estratégia de defesa pode ser definida.
"Isso é um abuso de autoridade. O advogado deve ter acesso imediato às informações. Ele [Elias] foi até a delegacia e não foi autorizado a ver os autos. Agora, a OAB vai analisar o pedido e tomar as medidas cabíveis", explicou o presidente da Comissão de Defesa de Prerrogativas da OAB/PR, Edward Carvalho.
O alvo da denúncia seria a delegada do Nucrisa, Paula Brisola, que, segundo Assad, teria impedido o acesso aos documentos. "Agora, o pedido vai se analisado junto à Corregedoria da Polícia, caso seja procedente, um inquérito vai ser aberto e o distrito da região do Nucrisa pode ser punido", diz Carvalho.
Assad garante que aguarda ter acesso a todo o processo para poder formalizar a estratégia da defesa e entrar com o pedido de habeas corpus. "Por enquanto, só tive acesso a partes do processo, então preciso vê-lo de maneira integral para saber exatamente qual a acusação e as provas utilizadas."
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