Imagem mostra a chegada do goleiro Bruno à penitenciária em Belo Horizonte: acusação de sequestro e lesão corporal| Foto: Alex de Jesus / Reuters
Fotos do registro de prisão do goleiro Bruno Fernandes (dir.) e do ex-policial Marcos Santos, conhecido como Bola
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O advogado Ércio Quaresma Firpe pretende entrar nesta segunda-feira (12) com pedido de habeas corpus para o goleiro Bruno Fernandes, de 25 anos, e outras cinco pessoas acusadas de participar do sequestro e da morte da ex-amante do jogador, a estudante paranaense Eliza Samudio, de 25. Ele disse que planeja contratar peritos criminais e advogados especializados em questões trabalhistas e de direito de imagem para montar sua defesa.

Quaresma contesta dois pontos levantados pela investigação da polícia mineira: o depoimento do adolescente J., de 17 anos, primo de Bruno, e a ausência de sangue na casa onde Eliza teria sido asfixiada até a morte. "O menor fala que deram um pedaço do corpo da vítima para os cachorros comerem. Desde quando carne humana faz parte da dieta alimentar de um rotweiller?", pergunta o advogado.

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"Sou amigo do Paulista (Marcos Aparecido dos Santos, o Bola, acusado de matar a estudante e esconder o corpo). Ele trabalha com treinamento de animais. Você pode colocar um filé mignon na frente de um cão treinado que ele não come", afirma. O defensor de Bruno acha que é necessário elaborar um novo laudo técnico para mostrar se há ou não sangue na cena do crime e se esse sangue é de Eliza.

Para elaborar essa perícia paralela, Quaresma pretende contratar os trabalhos dos peritos criminais George Sanghinetti ou Fortunato Badan Palhares. Sanghinetti já foi contratado para fazer laudos na morte de Paulo Cesar Farias, em 1995, e da menina Isabela Nardoni, dois anos atrás. Os dois profissionais não foram localizados para comentar o assunto.

A defesa de Bruno também está preocupada com a divulgação de fotos do jogador com o uniforme de presidiário e de sua vida pessoal. "Qual o objetivo disso, além de execrar o ser humano? Vou chamar um advogado que entende de direito de imagem para avaliar isso", prometeu Quaresma. Ele também criticou a exposição que a imprensa fez da tatuagem que Luiz Henrique Romão o Macarrão, braço-direito de Bruno, tem nas costas.

O texto diz: "Bruno e Maka. A amizade nem a força do tempo irá destruir. Amor verdadeiro." A frase seria uma referência a uma música do grupo de samba Fundo de Quintal. "Se eu tenho uma amizade de fé, de dar a vida por alguma pessoa, por que não vou tatuar? Queria ter o privilégio de ter uma amizade tão bela quanto a dos dois (Macarrão e Bruno)", comentou.

Outros três clientes de Quaresma devem ser chamados na segunda-feira para prestar depoimento no Departamento de Investigação (DI) da Polícia Civil, em Belo Horizonte. O delegado Edson Moreira, chefe do DI, quer saber qual a participação de Elenílson Vítor da Silva, administrador do sítio de Bruno, Flávio Caetano de Araújo, o Flavinho, motorista do goleiro, e Wemerson Marques de Souza, o Coxinha, que teria escondido o bebê de Eliza.

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O trio deve permanecer em silêncio, seguindo orientação do advogado Quaresma. "Ainda não tive acesso às cópias do inquérito que estou pedindo desde semana passada. Não posso orientar meus clientes sem saber o que a polícia tem de depoimentos e provas", afirma o advogado, que pretende protocolar um pedido de acesso às peças policiais Tribunal de Justiça de Minas Gerais.