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São Paulo – O presidente licenciado do PT e deputado federal, Ricardo Berzoini, decidiu ontem se afastar da direção do partido para evitar que as repercussões do escândalo do dossiê prejudiquem os esforços pela campanha do presidente Luiz Inácio Lula da Silva à reeleição. Marco Aurélio Garcia assume interinamente.

Além do afastamento de Berzoini, a reunião da Executiva nacional do partido decidiu expulsar quatro envolvidos no episódio: Oswaldo Bargas, Jorge Lorenzetti, Hamilton Lacerda e Expedito Veloso. Valdebran Padilha, detido em São Paulo com R$ 1,7 milhão que seria utilizado para a compra do dossiê, já havia sido suspenso pelo PT de Cuiabá (MT).

Em coletiva após a reunião da Executiva, Berzoini afirmou que, em nenhum momento, se sentiu pressionado para deixar o cargo. Ele apenas acredita que o fato de ter que ficar respondendo sobre o dossiê pode tirar o foco do partido da prioridade do momento: o segundo turno da disputa presidencial. "Após a eleição, com certeza haverá nova discussão por parte da Executiva nacional do PT", disse o deputado.

Berzoini disse ainda que, independentemente das "ilações" da oposição, a decisão de se licenciar não significa um atestado de participação no episódio. "Quero ressaltar que, em nenhuma hipótese, eu aceito a condição de envolvido", afirmou. E emendou: "Não tenho qualquer temor em relação a nenhuma investigação."

Expulsão

Na reunião da Executiva, foi divulgada nota em que o partido condena a participação de petistas no caso dossiê.

"A Executiva nacional do PT repudia a atitude destes filiados, considera um equívoco substituir a disputa de projetos por este tipo de prática, condena a promiscuidade com um grupo de criminosos (a família Vedoin), bem como o total desrespeito à democracia partidária", afirmou Garcia.

"Os filiados que assim agiram colocaram-se, na prática, fora do partido. E, por decisão da Executiva nacional, estão politicamente expulsos do PT", acrescentou.

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