Policiais civis da Delegacia de Repressão a Delitos Cometidos por Meios Eletrônicos do Departamento de Investigações sobre Crime Organizado (Deic) prenderam, por suspeita de extorsão, o comerciante João Sperandio Neto, de 24 anos. Ele é apontado como um dos principais invasores de redes de dados do Brasil. De acordo com o Deic, depois de obter informações confidencias de um banco de investimento, o suspeito exigia US$ 500 mil (cerca de R$ 925 mil) para não desviar US$ 2 milhões. A prisão ocorreu na última quinta-feira, dia 3, na sede da empresa de Sperandio Neto, na Bela Vista, no centro de São Paulo.
O suspeito admitiu a invasão, mas disse que queria conseguir emprego na instituição. A prisão foi mantida em sigilo para que a polícia pudesse apurar se outras pessoas participaram do golpe. A equipe da DRDCMeios Eletrônicos monitorava o invasor desde o dia 1º, quando integrantes do setor de segurança do banco revelaram a ação. Os funcionários explicaram que a instituição passou a receber e-mails com informações sobre senhas de diretores e extratos das movimentações de correntistas.
Quem enviava os dados alegava ter a solução para o problema. A proposta era vender um projeto de segurança. O texto era assinado por John e o telefone celular fornecido para contato foi comprado utilizando informações pessoais de um dos diretores do banco. Outro e-mail, enviado por uma conta diferente, no mesmo dia, prometia desviar US$ 2 milhões das contas. Para evitar, a direção deveria pagar 25% desse valor. O remetente identificou-se como Lino.
Ainda segundo o Deic, os policiais agiram durante um encontro entre o autor do e-mail e da invasão e representantes da instituição financeira. A equipe identificou Sperandio Neto logo na abordagem. Os investigadores conheciam o comerciante por conta de outras ações de invasão a redes bancárias.
O acusado admitiu a invasão e obtenção dos dados do banco. Mas negou ser ou conhecer Lino. O suspeito disse que seu único intuito era demonstrar a fragilidade do sistema e oferecer uma solução eficiente, mesmo que, para isso, tenha utilizado meios ilícitos. Ele também confessou ter comprado o chip utilizando números de documentos do diretor da empresa.
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