A base aliada saiu rindo à toa da reunião de líderes realizada para definir o rito de instalação da CPI do Apagão Aéreo no Senado. Diante da benevolência da oposição, que tomou a iniciativa de propor que fossem dilatados os prazos para a indicação dos membros, os governistas agora acham que será sopa simplesmente enterrar a investigação na Casa. A oposição, nesse episódio, fica a todo momento falando "me segura, senão eu brigo", resumiu um governista logo depois da reunião. A idéia agora é, tão logo o Supremo Tribunal Federal decida pela instalação da CPI na Câmara, chamar novamente os oposicionistas e apelar à "racionalidade" de fazer uma só comissão.

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Na mão – A oposição, tão compreensiva, pode ficar a ver navios caso a CPI do Apagão Aéreo vingue no Senado. Isso porque o PT insistirá que, para definir os cargos na comissão, seja considerado o bloco governista. Isso tiraria do DEM o direito de indicar o presidente ou o relator. Fim de linha – Diante da aparente iminência da nova CPI, repórteres perguntaram a Romero Jucá (PMDB-RR) quando começaria a funcionar a das ONGs, criada há 40 dias. "Estamos na reta final das indicações", respondeu o líder do governo. "A reta do Romero é longa", brincou o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL). Bandeira – O DEM decidiu usar seus programas de televisão, em maio, para amplificar a campanha "Xô CPMF". Parte das propagandas regionais do partido vai martelar o slogan, enquanto a peça nacional será dedicada a apresentar o novo nome e a nova direção do antigo PFL. Freguês – O senador Tasso Jereissati (CE) está relatando aos governadores do PSDB os detalhes de sua visita a Lula. Ontem, o presidente da sigla recebeu em Brasília a gaúcha Yeda Crusius e avisou que pretende voltar ao Planalto. Parceria – A CNI, presidida pelo deputado Armando Monteiro Neto (PTB-PE), decidiu entregar a Lula o documento final do congresso sobre inovação na indústria que realizou em São Paulo.

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Tricô – Quem marcou presença ontem no congresso de inovação foi José Serra (PSDB). Na sede da Fiesp, o governador defendeu a importância da indústria e repetiu seu mantra sobre juros e câmbio. O presidente da federação, Paulo Skaf, retribuiu rasgando elogios ao tucano. Boicote – O clima no PMDB antes de Michel Temer (SP) partir para nova conversa com o ministro Mares Guia (Relações Institucionais), ontem, beirava a insurreição. Um grupo falava em boicotar votações em plenário – e não só nas comissões – caso a novela do segundo escalão não se resolva em uma semana. Até isso – Alegando ser a maior bancada da Câmara, o PMDB pediu a Arlindo Chinaglia (PT-SP) para ocupar a primeira fila do lado esquerdo do plenário, onde se sentam os petistas desde 2003. O pleito desencadeou protestos, já que os desalojados teriam de ir para o "fundão". No fim, decidiram deixar como antes. Timing – O ministro Carlos Lupi (Trabalho) se esforça para concluir ainda nesta semana as negociações sobre a medida provisória que vai formalizar – garantindo recursos adicionais – as centrais sindicais. Tudo para anunciar com pompa o acordo nas comemorações de 1.º de Maio da Força Sindical e da CUT, em São Paulo. Vingança – O PSDB paulistano quer dar o troco em Roberto Tripoli, que em 2005 deixou o partido, aliou-se aos opositores do então prefeito José Serra e levou a presidência da Câmara Municipal. Mesmo sem muitas chances de êxito, a direção da sigla pedirá na Justiça a vaga do vereador, que agora está no PV.

TIROTEIO

* Da ex-deputada federal Zulaiê Cobra (SP), que ontem anunciou sua desfiliação do PSDB sob a alegação de que discorda dos gestos de aproximação entre tucanos e petistas.

– O Mário Covas fazia mais oposição ao Fernando Henrique do que o Serra faz ao Lula.