A Delegacia de Proteção ao Meio Ambiente (DPMA) da Polícia Civil do Rio acaba de instaurar inquérito contra a Refinaria de Duque de Caxias (Reduc), da Petrobras. Técnicos da delegacia estiveram na Reduc, na quarta-feira, recolhendo amostras de água, que serão encaminhadas para análise. Caso seja constatada a contaminação denunciada pelo Sindicato dos Petroleiros de Caxias (Sindipetro Caxias), poderá ser instaurado uma ação penal contra a refinaria.
"A Petrobras dificultou ao máximo nosso trabalho. Só depois de cinco horas na Reduc é que conseguimos colher as amostras de água", comentou o delegado da DPMA, Fábio Pacífico, que fez a inspeção na companhia de técnicos do Instituto Estadual do Ambiente (Inea).
"Essas amostras, assim como as encaminhadas pelo Sindipetro de Caxias serão alvo de laudo técnico. Estamos encaminhando-as para análise pelo próprio Inea, pela Cedae e pelo laboratório Noel Nutels."
Segundo denúncia do Sindipetro Caxias, cerca de 20 trabalhadores que beberam água ou tomaram banho na madrugada da última segunda-feira na Reduc tiveram diarreia. O funcionários, segundo denúncia da entidade, teriam sido contaminados com água ácida - com itens como amônia, gás sulfídrico e querosene.
A contaminação, ainda segundo dirigentes do Sindipetro Caxias, teria ocorrido porque a água potável que chega à refinaria a partir da represa de Saracuruna foi contaminada após ter sido utilizada no processo industrial da empresa, desabastecida devido uma pane na adutora do Rio Guandu na madrugada da última segunda-feira.
"A legislação ambiental prevê que a água potável seja segregada da água de processo, mas a Reduc tem 50 anos e não se adequou às exigências", disse o presidente do Sindipetro Caxias e diretor da Federação Única dos Petroleiros (FUP), Simão Zanardi.
De acordo com Zanardi, a Petrobras não admitiu o problema e se recusou a liberar os funcionários até que a situação se normalizasse. Na quarta-feira pela manhã três mil trabalhadores protestaram na porta da Reduc, que só então suspendeu as atividades de dez mil de seus 12 mil contratados. Segundo funcionários, a refinaria está operando sem água e distribuiu quentinhas e garrafas d'água nos últimos dias.
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