A Delegacia de Delitos de Trânsito começou a ouvir nesta terça-feira (7) as cinco testemunhas do acidente que matou a advogada Alessandra Ferreira Martins, 27 anos, neste fim de semana. O inquérito tenta apurar se o acidente foi culpa da própria advogada, que voltava de moto para casa, ou do motorista do carro que bateu contra ela, um Ecosport. Alessandra morreu na hora, com múltiplas fraturas e traumatismo craniano. Desde terça, a UniBrasil, onde ela dava aulas, e o escritório de advocacia em que ela trabalhava vêm publicando anúncios na imprensa em homenagem à Alessandra e pedindo que sejam averiguadas as circunstâncias de sua morte.

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O acidente aconteceu por volta de 3h30 da manhã, de sábado para domingo. Alessandra voltava da casa do namorado para o apartamento em que morava com os pais e com uma irmã, na Visconde de Guarapuava. Ia pela Alameda Doutor Muricy e iria passar pela Rua Cruz Machado, no centro da cidade. No cruzamento, foi atingida pelo automóvel, que era dirigido por Daniel Groth, de 22 anos. O choque foi violento: a moto parou a mais de 20 metros do ponto da batida, de acordo com as informações da Polícia Militar. As fraturas desfiguraram o rosto da advogada.

A Polícia Militar chegou ao local logo em seguida. Ouviu cinco testemunhas, fez o registro da ocorrência. Segundo o croqui feito pelos policiais, a marca deixada pela freada do automóvel tinha 23 metros de extensão, o que poderia indicar que o motorista vinha em alta velocidade. No entanto, segundo as testemunhas, Daniel estaria com sinal verde para passar pelo cruzamento.

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Segundo o delegado responsável pela apuração dos fatos, Armando Braga Morais, titular da Delitos de Trânsito, apenas uma testemunha ouvida pela PM já prestou depoimento no inquérito. De acordo com ele, porém, em suas declarações no local do acidente, as testemunhas afirmaram que Alessandra, embora estivesse em baixa velocidade, foi quem cruzou o sinal vermelho.

A família de Alessandra afirma que a advogada era muito cuidadosa quando pilotava sua moto. "Se mais alguém viu a cena, gostaríamos que a pessoa se apresentasse para ajudar a explicar o que aconteceu", afirma Juliana, irmã de Alessandra.

A reportagem não conseguiu contato com Daniel. O rapaz não fugiu do local do acidente. Chegou a ser detido no momento do acidente. Segundo o teste de bafômetro realizado na hora, tinha uma pequena quantidade de álcool no sangue. A quantidade apurada, de 0.14 miligramas, é bem menor do que a permitida pelo Código Brasileiro de Trânsito, e não é suficiente para mudar os reflexos do motorista. Daniel pagou a fiança estabelecida pela Polícia Civil e está em liberdade aguardando o resultado do inquérito.