Quinze meses após a Gazeta do Povo denunciar a falta de estrutura nas delegacias paranaenses para guardar materiais apreendidos durante operações policiais, pouca coisa mudou. No interior do estado, o espaço que deveria ser usado para estacionar viaturas ou automóveis de pessoas que vão prestar queixa, por exemplo, está tomado por veículos apreendidos. As salas destinadas para o trabalho administrativo e de investigação abrigam drogas e máquinas caça-níqueis.
Para resolver a situação, em Campo Mourão, no Noroeste do estado, a polícia é obrigada a improvisar. "Conseguimos levar alguns veículos para o pátio da Mourãoense (empresa de transporte coletivo da cidade)", diz o superintendente da 16.ª Divisão de Polícia Civil, Job de Freitas. Foram 60 veículos transferidos para o pátio da empresa, mas outros 15 continuam no estacionamento da delegacia. No ano passado, peças de veículos chegaram a ser furtadas no local. Já as 45 máquinas caça-níqueis apreendidas foram levadas para uma sala no Instituto Médico Legal (IML).
Em Ponta Grossa, a situação, que já era ruim no ano passado, segue preocupante. "Temos pelo menos 100 máquinas caça-níqueis no pátio (todas protegidas da ação do tempo apenas por uma lona)", informa o delegado-chefe da 13.ª Subdivisão de Polícia Civil, Noel Muchinski da Mota. Além disso, 20 veículos estão no pátio, que não tem cobertura.
O problema se arrasta por quase dez anos em Francisco Beltrão. São cerca de 50 veículos espalhados pelo estacionamento e em ruas próximas. "A situação é crítica", lamenta o delegado-chefe da 19.ª Subdivisão Policial, Ivonei Oscar da Silva. "Isso é um problema de saúde pública e segurança." O delegado explica que há dificuldades de manobrar as viaturas e que os veículos apreendidos viveram ambientes para a reprodução de plantas e animais. Francisco Beltrão é uma das seis cidades que solicitaram a locação de um barracão para a Secretaria Estadual de Segurança Pública (leia mais nesta página).
O caso também é grave na 9.ª Subdivisão de Polícia Civil, em Maringá. São aproximadamente 200 automóveis, 80 motocicletas e seis caminhões que lotam o pátio. Parte dos veículos está empilhada e os apreendidos recentemente foram colocados no estacionamento e na via de acesso à delegacia, ocupando espaço que seria de estacionamento para viaturas e para as pessoas que vão até a delegacia prestar queixa ou visitar detentos. A grande quantidade de veículos apreendidos é justificada pela delegacia como sendo resultado da atuação do setor de Furtos e Roubos, já que a maioria dos automóveis no pátio foi recuperada após ser furtada, mas, por estar com os dados adulterados, não foi possível encontrar os proprietários para fazer a devolução.
O delegado-chefe da região de Maringá, Antônio Brandão Neto, enviou para a Secretaria de Segurança duas propostas no início de setembro: a locação de um barracão ao custo mensal de R$ 15 mil ou a construção de uma estrutura nas dependências da delegacia, com despesas estimadas em R$ 290 mil. Enquanto isso, a Polícia Civil da cidade depende da Conselho Municipal de Segurança (Conseg), que pagou o aluguel durante o período de seis meses por um galpão no conjunto Herman Moraes de Barros, onde ficaram guardadas cerca de mil máquinas caça-níqueis. Os equipamentos foram transferidos em julho para um barracão da Cooperativa Agroindustrial de Maringá (Cocamar), que integra o conselho e cedeu o espaço até que o problema seja resolvido.
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