Delegado diz que Mizael usou celular sem cadastro no dia do crime

O delegado Antônio Assunção de Olim, primeira testemunha ouvida nesta terça-feira (12) no julgamento de Mizael Bispo de Souza, contou que o ex-policial usou um telefone não cadastrado para planejar a morte de sua ex-namorada Mércia Nakashima.

De acordo com o delegado responsável pela investigação da morte de Mércia, Mizael usou um sexto chip telefônico que não estava no seu nome para se comunicar com o vigia Evandro Bezerra Silva. Ao todo foram feitas 16 ligações entre o ex-policial e o vigia no dia do crime. O delegado contou ainda que no final de semana anterior à morte da advogada, o ex-policial usou várias vezes o celular sem cadastro para falar com Evandro, o que indicou para as investigações que o assassinato estava marcado para uma semana antes, mas que algo teria dado errado. "Isso prova que eles já estavam premeditando esse crime", afirmou.

Assim como o engenheiro ouvido nesta segunda-feira, o delegado disse em seu depoimento que o rastreamento das ligações telefônicas contradizem o depoimento de Mizael, que afirmou permanecer por cerca de quatro horas próximo ao hospital de Guarulhos com uma prostituta. Segundo Olim, naquele dia, o ex-policial e o vigia estavam no encalço de Mércia por volta das 19h30. Pouco antes desse horário, as ligações apontam que eles se localizavam próximo a casa do pai e da avó da vítima, a espera de Mércia. As ligações entre eles continuam até por volta das 21h20, quando Evandro teria pego Mizael próximo a represa de Nazaré Paulista.

Segundo o policial, o ex-policial negou nos primeiros depoimentos que conhecia Evandro e que era o dono do celular não cadastrado, porém, após Olim mostrar evidências que apontavam se tratar de seu aparelho, Mizael confirmou as duas informações. "Quando eu perguntei pra ele, ele fala que perdeu todas as agendas e não sabia qual era seu número", afirmou.

Após a noite do crime, nem o celular não cadastrado de Mizael nem o número utilizado por Evandro são utilizados novamente. O vigia então desapareceu de São Paulo e foi descoberto em Sergipe. Em seguida, a prisão dele é decretada e ele é capturado.