Campo Mourão – O delegado da Polícia Civil de Engenheiro Beltrão, no Centro-Oeste do estado, Claudimar Lúcio Lugli, 39 anos, foi preso na manhã de ontem, acusado de comandar uma quadrilha que abordava ônibus de sacoleiros para apreender mercadorias e extorquir passageiros. Um grupo de 33 policiais do Centro de Operações Policiais Especiais (Cope), do Núcleo de Repressão a Crimes Econômicos (Nurce) e da Corregedoria da Polícia Civil participou da ação, batizada como operação Fênix, em Engenheiro Beltrão, Foz do Iguaçu, Santa Terezinha de Itaipu e Curitiba. Ao todo, foram cumpridos cinco mandados de prisão e nove de busca e apreensão, todos expedidos pelo juiz da Comarca de Engenheiro Beltrão, Sílvio Hideki Yamagushi.

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Além do delegado, foram detidos o auxiliar de carceragem de Engenheiro Beltrão, Osni Aparecido Marques de Araújo, 28 anos; Ricardo Henrique Nogueira, 24 anos; Maykon Humberto Zuffa, conhecido como "Borboleta", 22 anos; e Mário Néri Júnior, 26 anos. A polícia ainda procura por Douglas Pacce, 21 anos, acusado de repassar informações de Foz do Iguaçu sobre horários, trajetos e mercadorias transportadas pelos ônibus.

Na residência do auxiliar de carceragem, a polícia apreendeu um revólver calibre 38, diversos tipos de munição, um veículo Gol e um Golf. Na delegacia, um telefone celular foi encontrado escondido dentro de um pão. Já em Curitiba, os policiais revistaram um apartamento do delegado e apreenderam bebidas importadas, diversos documentos e uma nota de US$ 100. Em uma revenda de automóveis, também na capital, a polícia apreendeu um veículo Audi A4, no valor de R$ 160 mil, que seria de Lugli.

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De acordo com o delegado- corregedor da Polícia Civil, Marcelo Lemes de Oliveira, os envolvidos estavam sendo investigados há quatro meses. "Com a ajuda de Osni Araújo, o delegado montou um grupo para abordar principalmente ônibus de sacoleiros que transportavam produtos de informática e cigarros. Os veículos eram parados na estrada pelos integrantes da quadrilha, que se passavam por policiais. Eles apreendiam toda a mercadoria e extorquiam os passageiros com a ameaça de que seriam autuados", explica.

Lugli foi preso em casa, às 6 horas, e em seguida foi levado para prestar depoimento na delegacia. Por volta das 16 horas, policiais acompanharam o delegado, que saiu sem algemas, pelos fundos da delegacia para evitar o acesso da imprensa, usando óculos escuros, boné e um colete da Polícia Civil. Ele e o auxiliar de carceragem foram encaminhados, em uma viatura do Cope, para a Corregedoria em Curitiba enquanto os outros envolvidos seguiram para a delegacia de Campo Mourão.

Todos responderão por formação de quadrilha. Lugli também será indiciado por lavagem de dinheiro. O carcereiro responderá ainda por porte ilegal de arma. A polícia investiga a possibilidade de o delegado e os integrantes da quadrilha terem cometido outros crimes.