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INVESTIGAÇÃO

Delegado é preso sob acusação de extorsão

Entre os presos estão o superintendente Adão Osmário de Almeida, o advogado Evaldo Pissaia e o delegado Maurílio Alves | Fotos: Jonathan Campos/Gazeta do Povo
Entre os presos estão o superintendente Adão Osmário de Almeida, o advogado Evaldo Pissaia e o delegado Maurílio Alves (Foto: Fotos: Jonathan Campos/Gazeta do Povo)

O delegado Maurílio Alves, da delegacia de Campo Largo, na região metropolitana de Curi­tiba, foi preso ontem suspeito de participar de um es­­quema de extorsão contra o caminhoneiro Valdeci Deda. O superintendente do distrito policial Adão Osmário de Almeida e dois advogados também foram detidos. Acompanhado do su­­perintendente e de um investigador, Alves teria pedido R$ 220 mil para não manter a vítima presa por transportar cinco caixas de cigarro sem procedência.

O delegado teria, inclusive, negociado uma mesada de R$ 3 mil com Deda a ser paga en­­quanto estivesse nas investigações em Campo Largo. A de­núncia foi feita ao Ministério Público na semana passada pelo empresário Marco Sobota, amigo da vítima. O caso foi levado ao Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Orga­nizado (Gaeco), responsável pelas prisões.

Entre os presos estão os advogados de Deda, Evaldo Pissaia e Renato Celso Beraldo Júnior, que também estariam no esquema. Cerca de R$ 55 mil chegou a ser entregue aos advogados, que supostamente dividiriam o dinheiro com os policiais. Um investigador acusado de participar do crime estava foragido até o fim da tarde de ontem.

O delegado e o superintendente seriam levados para a Delegacia de Furtos e Roubos de Veículos (DFRV), enquanto Pissaia e Beraldo Júnior deveriam ser encaminhados para o Cen­tro de Detenção e Ressocia­lização (CDR), em Piraquara, onde há um espaço para advogados detidos. Todos estão presos preventivamente.

Com Pissaia foi apreendido um revólver calibre 38, sem re­­gistro. Na casa de Beraldo Júnior foram localizados vários documentos. De acordo com o Gaeco, uma folha de caderno com anotações sobre supostas vítimas de extorsão foi encontrada com Almeida. O delegado e o superintendente não quiseram se pronunciar no momento da prisão. O defensor dos advogados, Edson Gonçalves, disse que seus clientes negam estarem envolvidos com o crime.

Denúncia

O caminhoneiro Valdeci Deda chegou a Campo Largo no dia 23 de agosto para entregar cinco caixas de cigarro em um bar. Segundo o empresário Sobota, Deda foi abordado pelo superintendente Al­­meida e um investigador. Depois de encontrarem as caixas, eles teriam ido até a casa do caminhoneiro para revistar o local.

Segundo o Gaeco, os dois policiais chamaram o sócio de Deda, Ulisses Bassani, para comparecer na delegacia. Foi quando teriam pedido R$ 220 mil e Bassani chamou o advogado Pissaia. Sobota conta que Pissaia teria alertado seus clientes para pagarem o valor porque os policiais seriam perigosos.

Deda e Bassani falaram que não teriam o dinheiro. Os policiais pediram só uma parte do pagamento. Sobota afirma que os dois teriam sido liberados depois de pagar R$ 40 mil. Outros R$ 15 mil foram pagos nos dias seguintes.

Logo que soube do caso, Sobota tentou intervir a favor dos amigos e conversou com o delegado, que teria baixado e pedido R$ 3 mil por mês para não "incomodar" Deda.

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