Os bandidos que mataram o delegado de Pontal do Paraná, José Antônio Zuba de Oliva, e o funcionário público Adilson da Silva, na última terça-feira, integram uma facção criminosa da Favela da Rocinha, no Rio de Janeiro. Segundo o delegado responsável pelas investigações Rodrigo Brown de Oliveira, do Centro de Operações Policiais Especiais (Cope), o homem preso no dia do crime, Francisco Vidal Coutinho, 20 anos, teria dito em depoimento que o quarteto faria parte da gangue carioca Amigos dos Amigos (ADA), a mesma responsável pela invasão do Hotel Intercontinental, em São Conrado (RJ), no domingo.
A força-tarefa manteve ontem a caça aos três fugitivos, com ações tanto por terra como por mar, mas sem sucesso. Segundo o delegado Oliveira, algumas denúncias recebidas ontem revelavam que os três homens teriam sido vistos em um rio da região. A polícia pretende manter o cerco por tempo indeterminado. "Estamos trabalhando em tempo integral. É um ponto de honra para a polícia encontrar esses criminosos", afirma.
A Secretaria de Estado da Segurança Pública (Sesp) divulgou retratos falados dos suspeitos identificados como Felipe "Tex", Paulo "Tutancamon" e Paulo "Ganchinho". As imagens foram feitas com base na descrição das investigadoras Luiza Helena Santos e Noeli de Fátima Avine, que escaparam com vida da ação policial que culminou com a morte de Zuba e Silva.
No depoimento de Coutinho, o grupo estaria planejando assaltos a residências de luxo em Curitiba e outros crimes. Oliveira diz que eles estão armados com cinco pistolas 9 mm e ponto 40, uma submetralhadora e uma granada, além das armas de uma das investigadores e de Zuba.
Na terça-feira, a Sesp informou que os suspeitos seriam foragidos do presídio Bangu 4, no Rio de Janeiro. No entanto, a informação não é confirmada pela Secretaria de Administração Penitenciária do Rio. Coutinho foi transferido para a sede do Cope, na capital. Ele responderá pelos crimes de homicídio e porte de arma.
Homenagem
Zuba e Adilson da Silva foram mortos durante uma abordagem em um camping, de Pontal do Paraná, no balneário Carmery. Eles foram verificar uma denúncia de que homens armados estariam acampados. Ao chegar no local, foram recebidos a tiros de metralhadora e pistola. Zuba morreu na hora. Baleado, Silva chegou a ser encaminhado ao Hospital Regional de Paranaguá, mas faleceu em seguida.
Velado na Câmara de Paranaguá até a tarde de ontem, o corpo do delegado seguiu em um caminhão dos bombeiros até o posto da Polícia Rodoviária Federal (PRF). Lá, foi levado para outro veículo e depois até Campina Grande do Sul, onde foi cremado. Antes da partida, policiais militares homenagearam o delegado morto em combate com três salvas de tiros. Já Silva foi enterrado no Cemitério Municipal de Pontal do Paraná.
Serviço:
Quem tiver informações sobre o paradeiro dos suspeitos pode entrar em contato com a Delegacia de Paranaguá, pelo fone (41) 3420-3666; o Cope, pelo (41) 3284-6562 ou 3284-6536 ou o 190, número de emergência da Polícia Militar.
Colaborou Bianca Marchini, especial para a Gazeta do Povo.
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